08/11/2013 - CICLO NOVO DE CRESCIMENTO
Geralmente, quando os países
avançados ingressam em crise de realização, isto é, quando a produção mundial
cresce ao ponto de formar largos estoques, tais países fazem seu ajustamento,
que pode ser de redução da taxa do crescimento, estagnação ou recessão. Os
países emergentes vêm atrás, em ciclo próprio. Os países pobres vêm ainda mais
atrás. O inverso geralmente tem sido verdadeiro. Em 1929, a crise de realização
foi tão grande que levou dez anos para a recuperação. Por isso, chamou-se de
Grande Depressão. Depois daquela década, a pior crise que existiu foi esta dos
últimos cinco anos, prestes a findar-se, conforme já se apresentam os primeiros
sinais há um ano. Assim, em 2008, identificou-se no mercado imobiliário uma
bolha tão grande, que chegou ao seu estouro. Isto é, o dinheiro tomado
emprestado para hipotecas, foi desviado para consumo, no primeiro mundo
(ricos), causando quebradeira no sistema financeiro, culminando com a falência
em setembro de 2008, do banco centenário Lehman Brothers, visto que o Banco
Central americano não o socorreu, embora solicitado. O impacto foi irradiado ao
mundo inteiro, gerando crise de confiança, que até atingiu as grandes
multinacionais, como a General Motors, obrigando o governo americano a
socorrê-las, com injeções de bilhões de dólares. Há muitos meses, os Estados
Unidos colocam mais de US$80 bilhões mensais, visando aquecer a economia
mundial, embora tenha declarado que iria retirá-los a partir de setembro, já
que tinha conseguido seu intento. O segundo mundo (dos emergentes), reagiu, desde
o início da crise, mantendo elevado crescimento. Somente nos dois últimos anos
as suas taxas começaram a cair. O terceiro mundo (pobres) permaneceu
praticamente na sua trajetória de baixo crescimento ou de prostração. Ontem, os
Estados Unidos divulgaram a taxa de crescimento do PIB do terceiro trimestre,
surpreendendo positivamente, sendo de 2,8%. No segundo trimestre passado fora
de 2,5%. Dois trimestres bons dão segurança no retorno do crescimento. Logo, a
recuperação está se efetivando e poderá puxar a economia mundial.
No Brasil também houve surpresa.
Saíram líquidos em outubro US$6,2 bilhões, conforme o Banco Central. O
resultado é o pior do ano. Este costuma ser o primeiro sinal de fuga de capitais,
por causa do pessimismo econômico aqui reinante. Tais capitais retornam aos
Estados Unidos, devido às boas oportunidades de investimentos. Uma das leis
mais fortes do capitalismo é a de que o capital vai onde é maior a taxa de
lucro. Dessa maneira, a onda lá melhora e, aqui, não é seguida, podendo ficar
estagnada ou até piorar.
Em resumo, o cerco está apertando
em volta da equipe econômica. Dois dias atrás, as montadoras de veículos
informaram que colocaram o pé no freio e reduziram a produção. As pesquisas em
geral, não apresentam bons números para a economia em quase três anos. Se não
for alterada a atual política econômica, poderá durar ainda muito tempo à
recuperação da economia brasileira, em quadro que será um prato feito para
debates em eleições gerais de 2014. Vai ser uma quebra de braço entre o
produtivismo e o assistencialismo econômico.
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