06/11/2013 - BRASIL VIOLENTO


 

A sétima edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública mostra que o País está mais violento. O número de estupros registrados em 2012 foi maior do que o de homicídios dolosos (quando há intenção de matar). Foram computados 50,6 mil casos de estupro, equivalentes a 26,1 casos por grupo de 100 mil habitantes. Em 2011, a referida relação foi de 22,1 casos por 100 mil habitantes. O incremento correspondeu a 18%. Os Estados com as maiores taxas de estupro foram Roraima, Rondônia e Santa Catarina. Quer dizer, nestes casos o grau de desenvolvimento não é o determinante para menor violência. Já as menores taxas ocorreram na Paraíba, no Rio Grande do Norte e em Minas Gerais. Também, nesse sentido não é possível uma correlação entre desenvolvimento e redução do número de estupros. A violência se dá de forma incontrolável e crescente no Brasil.
O número de homicídios dolosos em 2012, de 47.136, possuiu uma taxa de 24,3 por 100 mil habitantes. A elevação foi de 7,8%, em comparação com 2011. Portanto, o número destes está crescendo menos do que o de estupros, embora as taxas de ambos os eventos sejam muito elevadas. O Estado de Alagoas continua como o mais violento, visto que apresentou 58,2 homicídios dolosos por 100 mil habitantes. Seguem-lhe Ceará (40,6); Pará (42,2); Paraíba (38,7); Bahia (38,5). Quanto aos crimes violentos, letais intencionais novamente Alagoas é ainda pior (61,8). Seguem-lhe Pará (44,6); Ceará (42,5); Bahia (40,7); Sergipe (40). Os Estados que apresentaram menores taxas de morte dos homicídios dolosos foram Amapá (9,9), Santa Catarina (11,3), São Paulo (11,5), Roraima (13,2), Mato Grosso do Sul (14,9), Piauí (15,2) e Rio Grande do Sul (18,4). A ONU afirma que a tolerância é de 10 mortes por 100 mil pessoas. Portanto, Alagoas está com cerca de seis vezes o tolerado.
Corroborando o fato de que a violência cresceu muito em 2012, a população carcerária se elevou em 9,39%. Em 2011, existiam 471 mil presidiários no País. O número cresceu para 515,5 mil em 2012. Por seu turno, as vagas nos presídios cresceram menos, somente 2,82%, passando de 295 mil em 2011, para 304 mil em 2012, o que mostra ser insuportável a superlotação, gerando ainda mais violência. Em média, o Brasil tem 1,7 detento por vaga.
As taxas de crescimento acima da violência, portanto, são muito altas, em um País que está praticamente estagnado em seu processo de crescimento econômico. Isto é, taxa média de incremento do PIB por volta de 2% anuais.

 

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