27/11/2013 - GÁS DE XISTO
Existe uma rocha que beneficiada
produz um tipo de gás não convencional. Trata-se do gás de xisto. Até então
pouco se fez no Brasil, da exploração do xisto, produzindo o País
convencionalmente pouco do gás consumido, importando a maior parte da Bolívia
do mesmo tipo de combustível. As importações brasileiras de derivados do
petróleo estão pressionando demais a balança comercial, sendo a Petrobras de
longe a maior exportadora de petróleo pesado e importadora de petróleo leve. O
saldo comercial externo da Petrobras tem sido negativo nos últimos anos. Depois
de dez anos de resultados positivos na balança de comércio externo do País, há
um receio de que neste ano haverá déficit comercial no conjunto, embora
relativamente pequeno. A Petrobras está sem poder cumprir os investimentos de
sucessivos planos de negócio dos últimos anos. Desde 2006 que foi prometida a
autossuficiência da produção de petróleo, mas não foi ainda conseguida e tem
ficado cada vez mais distante. Por outro lado, desde 2005 que o governo federal
reajustou muito pouco os preços dos combustíveis, estando os mesmos muito
defasados, objetivando o controle inflacionário, mas trazendo fortes pressões
de caixa da Petrobras. Por isso, que a Agência Nacional de Petróleo (ANP) vem
fazendo leilões para parcerias público-privadas. O petróleo da camada do
pré-sal ainda corresponde a 10% da produção nacional e demorará bastante tempo
para que os desafios tecnológicos sejam superados, em ampla extensão. Dessa
maneira, amanhã e sexta feira será feita a 12ª Rodada de Licitações de Gás e
Biocombustíveis da ANP. Vão ser oferecidos 240 blocos nos Estados do Amazonas,
Acre, Tocantins, Alagoas, Sergipe, Piauí, Mato Grosso, Goiás, Bahia, Maranhão,
Paraná e São Paulo.
No que se refere ao gás de xisto,
onde a tecnologia conhecida não consegue minimizar a grande poluição, organizações
relacionadas à engenharia sanitária, recursos hídricos e aos petroleiros
protocolaram na última segunda feira uma carta à presidente Dilma, pedindo que
o governo retire o gás do xisto do leilão. Elas afirmam que a tecnologia de
extração do produto é proibida em diversos países, podendo causar danos às
águas subterrâneas. Por seu turno, o coordenador de energia térmica da
Associação Brasileira de Grandes Consumidores de Energia, Ricardo Pinto, veio a
público afirma que o ingresso de novas empresas no mercado de gás trazem
esperanças de melhores preços para a indústria, reduzindo o poder monopólico da
Petrobras. Duas posições antagônicas. Entretanto, não há outra saída, visto que
a Petrobras está com limitada capacidade de investimento e que o governo
federal não quer reajustar os preços dos combustíveis.
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