25/11/2013 - OLHARES DO FMI E DA OCDE


 

No mês passado o FMI e a OCDE divulgaram relatórios que apontaram as fraquezas da economia brasileira. O FMI destacou que o produto potencial se reduziu de 4,25%, para 3,5% e para 3% anuais, nos três últimos exercícios. Conforme o próprio nome indica o produto potencial é o máximo que o PIB pode alcançar. Em seguida, a política fiscal foi a mais criticada. Argumenta aquele órgão que o governo tem se utilizado de artimanhas contábeis, além de não cumprir as metas de superávit fiscal compromissadas. Por fim, refere-se ao fato de que a dívida pública vem crescendo de forma preocupante, sendo o principal motivo o excessivo aumento na concessão de empréstimos através dos bancos públicos. O FMI recomenda que o Brasil faça as reformas prometidas em campanha eleitoral, que eleve o nível de investimento principalmente na infraestrutura.
O relatório da OCDE é anual, centrando críticas na baixa produtividade, em decorrência da falta de preparo da mão de obra, do protecionismo e da burocracia. A OCDE acrescentou que a baixa integração brasileira às cadeias produtivas globais é bastante inferior ao que era de esperar-se pelo tamanho da economia brasileira. Em relação à educação evidencia que é muito elevada a evasão do ensino médio. A fragilidade é exposta na formação de trabalhadores mais qualificados. Dessa forma, apenas 13% dos brasileiros na faixa de 25 a 34 anos, possuem diploma universitário. A distância é muito grande até mesmo de países emergentes, tal como o México, onde 23% estão na citada faixa; Chile, 41%; Rússia, 56%. Já em relação aos países avançados, a diferença fica bem maior. Assim, na faixa de 25 a 34 anos, no Japão estão 59% dos cidadãos. Na Coréia do Sul referido número atinge 64% como população universitária. No que se refere aos financiamentos do BNDES, por exemplo, cita que eles saltaram de R$14 bilhões, em 2008, para R$360 bilhões neste ano, via endividamento público. Segundo a OCDE a atuação do BNDES restringe também o amadurecimento do mercado de capitais, mediante recursos privados.
Enfim, a era Lula possuiu taxa média de incremento do PIB de 4% anuais. Para o período de 2004 a 2010 cresceu a quase 5% anuais, isto é, 2,5 vezes a média dos 25 anos anteriores a 2004. Porém, nos últimos três anos a média retornou para cerca de 2% ao ano. Em suma, o modelo baseado fortemente no consumo se esgotou, visto que a utilização da capacidade ociosa chegou ao seu limite, o desemprego é dos mais baixos, sendo visíveis os gargalos na infraestrutura. Portanto, para crescer mais rápido é fundamental investir na qualificação da mão de obra, máquinas, equipamentos e infraestrutura.

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