28/11/2013 - PREÇO A PAGAR DO PASSADO


 

Acerca do Brasil Alan Grenspan, o presidente mais longevo do Banco Central dos Estados Unidos, de 1987 a 2006, declarou a revista Veja datada de 30-10-2013, após a pergunta sobre economia. Pergunta da Veja – “O senhor tem acompanhado as notícias sobre a economia brasileira?” Resposta – “O Brasil tem enfrentado alguns altos e baixos recentemente. A inflação causou certa preocupação. Penso que a taxa e juros foi reduzida um pouco abaixo do recomendável, e agora, consequentemente, já voltou a ser elevada. O País ainda paga o preço, em grande medida, pelo seu passado de caos inflacionário”.
A esse respeito, o Comitê de Política Monetária do Banco Central elevou ontem, pela sexta vez consecutiva a taxa básica de juros da economia (SELIC), desde abril de 2013, para 10% ao ano, por unanimidade. Mediante a decisão, a taxa SELIC voltou a dois dígitos depois de 20 meses. A expectativa do mercado financeiro é que tal taxa fique elevada até 2017. O Brasil tem dificuldade de manter a taxa abaixo de 10%. O mínimo que ela chegou foi a 7,25% anuais, em abril de 2012. Mas, logo voltou a subir. Existem ainda acessos faróis que indexam a economia, tal como a política salarial com ganho real; a correção anual de aluguéis; títulos do mercado financeiro pré e pós-fixados; enfim, os contratos que tem correção monetária mensal. Há uma resistência de o País crescer a taxas mais elevadas sem impactos inflacionários. Após essa elevação da SELIC os juros reais (descontados da inflação), voltaram a serem os mais altos do mundo, em 4,1% anuais. Em segundo lugar, vem a China, com 3,1%. Em terceiro, o Chile, com 2,8% ao ano. Os 100 analistas consultados pelo Banco Central afirmaram ainda que os juros subirão um pouco mais em 2014 e 2015, mas não ultrapassando 11% anuais.
A forma como a economia brasileira vinha sendo dirigida, de 2003 a 2010, denotou um modelo baseado na maior expansão do consumo, mediante grande elevação real do salário mínimo, da elevação do crédito em todos os níveis, do aproveitamento da capacidade ociosa existente, da redução do desemprego para níveis civilizados, do aproveitamento da grande alta dos preços internacionais das matérias primas brasileiras. Porém, as possibilidades de grande crescimento mundial deixaram de existir. Mesmo assim, a presidente Dilma insistiu no mesmo modelo, de fato esgotado, forçando ainda a baixa repentina da taxa de juros. Ao contrário do que acreditava a presidente Dilma, gerou desconfiança dos investidores e a economia cresceu neste praticamente três anos por volta de 2% ao ano.  Portanto, para crescer aos níveis satisfatórios, ficaram na ordem do dia as reformas econômicas prometidas e do reestabelecimento do planejamento estratégico de longo prazo.

 

 

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