31/08/2013 - ORÇAMENTO 2014
A Lei Orçamentária Anual define
até o final de agosto o prazo para o Executivo Federal enviar ao Congresso a
proposta do orçamento público para o ano seguinte. O valor do salário mínimo
continua incorporando a regra de valorização do piso salarial nacional. O
reajuste sugerido é de 6,62%, passando de R$678,00 para R$722,90. O seu impacto
orçamentário é de R$29,2 bilhões no custo público. A meta do superávit primário
baixou de 2,3% para 2,1% do PIB. A projeção do crescimento econômico é de 4%,
fora da estimativa do mercado financeiro da pesquisa semanal FOCUS, do Banco
Central.
A distribuição de verbas da
proposta do orçamento é de verdadeira alquimia. Trata-se da distribuição de
recursos, por 39 ministérios. Porém, os investimentos do Programa de Aceleração
do Crescimento (PAC) estão fora do citado orçamento, sendo uma incógnita, que
invariavelmente tem sido manipulada. Além do mais, o orçamento é somente
referencial. Os congressistas recentemente aprovaram o orçamento impositivo, de
tal forma que as verbas carimbadas fossem despendidas e não contingenciadas, não
cumpridas, como sempre aconteceu. Porém, tal nova maneira orçamentária depende
de ser aprovada duas vezes na Câmara, duas vezes no Senado e será levado à
sanção presencial.
Os números da
referida proposta, conforme o ministro da Fazenda, Guido Mantega, são todos
provisórios. Logo, o planejamento será ex post, depois dos fatos acontecerem.
Isto não é planejamento e muito menos estratégico. Ele prometeu uma revisão dos dados em janeiro,
segundo o mesmo “com mais realismo”. Alega ainda que há incertezas do cenário,
devido às notícias de que o Banco Central dos Estados Unidos irá fazer aperto
monetário, a partir de setembro, cortando a injeção mensal de US$85 bilhões,
que vem sendo para reativar a economia americana. Por isso, para ele, as
previsões de hoje ficam muito difícil. Ora, não dá para acreditar em reativação
da economia, quando se tem um citado ministro vacilante, um empresariado sem
confiança para investir e uma presidente da República que não é simpática,
obteve queda recente de 30% da popularidade, além de deixar inertes seus 39
ministérios.
Face ao exposto, somente claro se
tem que a maior dotação orçamentária será para o Ministério da Saúde, por conta
do programa Mais Médicos, no valor de R$80,65 bilhões. Contudo, o maior valor
gasto será com o pagamento de parte dos juros da dívida pública, no mínimo de
R$240 bilhões, que foi o valor previsto para este ano.
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