19/09/2013 - FIM DA ERA DO CONSUMO




Nova realidade econômica se defrontou e se defronta o governo da presidente Dilma. Ela tem tentado mudar, mas não consegue. Tem sido mais forte do que ela, visto que ocorreu, desde 2011, a possibilidade decaiu, do maior crescimento econômico (taxas acima de 4% ao ano), visto que antes vinha sido puxado principalmente pelo consumo. Isto é, nos oito anos anteriores ao seu governo, o ex-presidente Lula se defrontou com uma economia com grande capacidade ociosa e enorme possibilidade de expansão do crédito. A capacidade ociosa, com Lula praticamente foi absorvida, tanto no que se refere à utilização do capital (PIB cresceu em média 4% anuais na era Lula), mediante forte demanda internacional por matérias primas, o que elevou sensivelmente os preços delas, gerando grandes superávits externos, bem como pelo também forte elevação do salário mínimo e da renda real, para o mercado interno, quanto na absorção da taxa de uso da mão de obra (desemprego caiu no período 2003-2010 de 11,5% para menos de 6%). Ambos, capital e trabalho, não tendem agora a crescer forte no curto prazo. Turbinando isso, antes, vieram o crédito consignado, o crédito para venda e compra de imóveis, o crédito pessoal. Medidas claramente estimuladoras do consumo doméstico, em ace da notória elevação da renda média da população. A prova evidente disso, pode ser verificada agora, segundo estudo da ANEFAC, constatando que, em dez anos, o volume do crédito no Brasil, em proporção ao PIB, elevou-se de 24,7%, em 2003, para 55,2%, em 2013. Porém, nos mais de dois anos do atual mandato, o consumo teve dificuldade de elevar-se, assim como recuou substancialmente o endividamento. Dados da SERASA estão a indicar que a dívida das famílias estão se retraindo ou não comportam mais um aumento da sua participação na renda.  

O governo atual, não obstante tenha realizado vários estímulos fiscais para o consumo, não conseguiu dar segmento à era Lula. A prova disso é que a média de crescimento da presidente Dilma está por volta de 2% do PIB. Portanto, o seu governo está em um momento de transição, segundo declarações de ontem, ao jornal CDI, de São Paulo, Maurício Molan, economista chefe do Banco Santander, que acredita que o País somente terá mais condições de crescer, com maior consistência, a partir de 2016. Baseia-se ele no fato de que o mercado de crédito está ancorado em dois pilares opostos: o crédito consignado e o crédito imobiliário. O consignado não tem giro econômico, sendo basicamente utilizado para trocar dívidas caras por baratas. O imobiliário tem importância no giro econômico, mas seu fôlego foi arrefecido nos três últimos anos. Provavelmente, poderá retornarcom grandes números também nos próximos três anos.

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