18/09/2013 - CUSTO LOGÍSTICO NACIONAL
A Fundação Dom Cabral publicou o
estudo “Custos Logísticos do Brasil”, mediante amostra de 126 grandes empresas
nacionais, responsáveis por 20% do PIB brasileiro, que foram analisadas no ano
passado. A primeira conclusão foi de que nada menos do que 13% da receita bruta
delas representam o pagamento de custos logísticos. O transporte de longa
distância por rodovia corresponde a cerca de 38% do total; custos de
armazenagem a 18%; distribuição urbana a 16%; despesas portuária e
aeroportuárias a 13%; 31% a demais custos.
A pesquisa também identificou que
o custo logístico nacional equivale a 12% do PIB, enquanto nos Estados Unidos
ele é de 8% do PIB. Se o País tivesse o mesmo desempenho que a economia
americana a economia seria de R$83,2 bilhões anuais. O segmento mais
comprometido com a despesa logística é o de bens de capital, seguido da
construção e pelo segmento químico. As principais razões, em ordem, apontadas
pelas pesquisadas para a pesada carga são estradas em má condição, além de
faltarem trilhos, aeroportos e portos, a burocracia governamental, a capacidade
instalada de silos, restrição de carga e descarga nos grandes centros urbanos e
ausência de concorrência de transportes modais.
O Brasil teve a onda de maiores
investimentos na década de 1970. Depois foram relegados a segundo plano.
Conforme mapeamento do IPEA, 61% das cargas brasileiras são transportadas por
estradas, o País necessita de R$183,5 bilhões para obras rodoviárias. Só em
obras de recuperação, adequação, duplicação, 80% deles são precisos (R$144,18
bilhões). Consoante a Fundação Dom Cabral somente 12% das referidas estradas
estavam pavimentadas em 2009. O mesmo IPEA calcula que se precisaria de R$42,8
bilhões para solucionar o gargalo dos portos. Enfim, precisa-se também de muito
dinheiro para aeroportos, ferrovias e transportes modais. Por seu turno, as
parcerias público-privadas estão difíceis de decolarem. A burocracia oficial
coloca o País em pelo menos 120º lugar dentre mais de 180 países examinados
anualmente pelo Banco Mundial. De acordo com a Companhia Nacional de
Abastecimento (CONAB) a capacidade nacional de armazenagem é de 143 milhões de
toneladas de grãos e precisaria de 220 milhões, para comportar o grande
crescimento linear que vem tendo.
Enfim, estão acima os principais
gargalos para o Brasil voltar a ter boas taxas de crescimento econômico. Se não
repetindo na faixa de 10%, conforme os anos de 1970, mas, pelo menos, na
expectativa do próprio governo, que é de 4% ao ano.
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