06/09/2018 - IMPACTO DO DÓLAR
Quatro meses já decorreram em que
o dólar deixou de custar R$2,00 e flutuou até R$2,40 no câmbio comercial. Isto
implicou em elevação de 20%. No dia 28 de agosto, o Banco Central declarou que
fará leilões diários de venda de dólares, o que tem sido feito e mantido o
dólar entre R$2,36 a R$2,40, em aporte semanal de US$3 bilhões, em total que
poderá superar US$50 bilhões, até o final de 2013. Mas, não será uma venda das
reservas cambiais, atualmente em US$373 bilhões. Será em operações de venda de
hoje e compra no futuro, operação casada, sem desembolso (swap), visando
reduzir as especulações e aliviar as pressões de alta do dólar. Parece, assim,
que está delineado um limite até R$2,40.
No Brasil, a alta volatilidade do
dólar sempre acontece em momentos de crise externa ou interna. No caso, bastou
o anúncio de que o Banco Central americano não mais iria injetar cerca de US$80
bilhões, mensalmente, a partir deste mês, ficando clara a escassez monetária,
que houvesse um reajuste no mundo todo, sendo o maior no Brasil (20%).
A elevação do dólar deverá
aumentar também em 20%, em média, o preço dos importados, tais como trigo,
vinhos, máquinas, equipamentos, componentes, combustíveis. Como há conhecimento
de que cerca de 30% do impacto inflacionário advém das importações, os
economistas estão se referindo a que a inflação sairá da casa de 6% para a de
7% (por volta de 1%). Para combater o aumento da inflação, o Banco Central
deverá continuar elevando os juros. A taxa SELIC, hoje em 9%, poderá subir para
10%. Além do mais, os preços da gasolina e do óleo diesel estão defasados em
30%, em relação aos valores pagos pela Petrobras lá fora. Cedo ou tarde haverá
um reajuste deles, logicamente, de implicações inflacionárias. Em resumo, a
combinação de dólar caro, inflação alta e juros maiores implicará em
esfriamento do PIB, que deverá ter um crescimento de 2%, em 2013, perante uma
meta inicial do governo de 4%. Já o ministro da Fazenda se prontificou a
assinalar que os 4% serão obtidos em 2014. Porém, o economista-chefe do banco
Santander, Maurício Molan declarou que: “Projetamos um crescimento de 2% para a
economia neste ano e de 2% em 2014, mas os números podem ficar abaixo disso. A
queda na atividade econômica é ruim, mas reduz o impacto da depreciação cambial
sobre a inflação” (declaração de Maurício à revista Veja, de 28-08-2013).
Até pouco tempo o Brasil tinha
superávit externo. No entanto, passou a acumular déficits crescentes, o que
equivale hoje a 3,5% do PIB, o pior resultado em mais de uma década. Em
situação de valorização do dólar e desequilíbrio cambial, o Brasil é um dos
países que mais sofrem e seu crescimento está comprometido, ficando na faixa de
2% anuais. Não há outra forma de antevisão, visto que o País não possui
planejamento estratégico.
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