16/09/2013 - FRACASSO NOS LEILÕES


Em 2004, considerando que não havia poupança do Estado suficiente para realizar a infraestrutura, de há muito requerida, o governo federal conseguiu que o Congresso aprovasse a lei da parceria público-privada, haja vista que os investimentos públicos e, ou, mistos são responsáveis pelo efeito multiplicador das inversões na economia, desencadeando, por parte do setor privado, o efeito acelerador, conforme ensinamentos de Keynes. Daquela época para cá, o Estado tem procurado fazer referida parceria com o monitoramento do setor privado, fixando taxa interna de retorno, no frigir dos ovos, o que tem afastado citado tipo de investimento. Na verdade, poucas parcerias em tela puderam ser feitas. A sua ausência, na primeira década do século XXI, não fora muito sentida, haja vista que a grande elevação dos preços das matérias primas que o Brasil exporta, gerou resultados muitos bons para a economia. No entanto, o governo Dilma não contou com as benesses do comércio internacional e a economia nacional tem quase três anos de estagnação. Portanto, o jeito seria desencadear as citadas parcerias, no que o governo tem prometido acelerá-las. Entretanto, a enorme burocracia e as exigências governamentais têm atrasado referidos investimentos e não tem tirado o Brasil da estagnação econômica.
Hoje, deu-se o primeiro leilão das rodovias incluídas no Programa de Investimentos em Logística, recentemente delineado. O governo federal levou a leilão dois trechos, dos mais acreditados como rentáveis. Por mais que a presidente Dilma reflita que houve problemas políticos, o resultado foi um fracasso. Para um trecho, o da BR-050, entre Goiás e Minas Gerais, compareceram oito interessados. Para o outro trecho, o da BR-262, entre os Estados de Minas Gerais e do Espírito Santo, nenhum interessado se apresentou.
Jornal “O Estado de São Paulo”, assim se referiu: “O pior é que, quando admite ser inevitável a privatização, o governo impõe aos investidores privados condições que geram desconfianças ou inviabilizam investimentos. Provavelmente, uma combinação de insegurança quanto a determinadas condições e de dúvidas sobre a rentabilidade do investimento tenha afugentado os investidores do leilão da BR-262”.
Dessa forma, se o governo colocou o “file” das suas concessões em leilão e somente consegue candidatos para um trecho de estrada federal, os outros 50% demonstram o fracasso da estratégia de que seria elevar a captação de novos investidores e mudar de patamar do nível de crescimento da economia brasileira.  

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