21/09/2013 - CONTRADIÇÃO ENTRE QUE DIZ E FAZ




A política econômica brasileira tem sido de alardear, dentre outras coisas, que realiza cada vez mais investimentos. Há um discurso enorme entre o discurso e a realidade. No orçamento efetivado o governo tem realizado mais gastos do que inversões. Afinal, criou o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), em três edições: PAC 1 (2007-2010), PAC 2 (2011-2014), PAC 3 (2015-2018). O que deve ser analisado são as efetividades dos últimos cinco anos fechados, entre investimentos em infraestrutura, gastos sociais e gastos correntes. No conjunto, foram despesas primárias do governo, que se elevaram de 16,4% para 18,2% do PIB. Porém, os investimentos produtivos ficaram estáveis em 1,1% do PIB, entre 2008-2012. Neste ano, até julho, conforme base de dados do Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (SIAFI), os investimentos totais do governo da União caíram 6,21%, em relação ao mesmo período de 2012. Em horizonte mais longo, na execução orçamentária entre 2004 e 2012, menos de 50% dos investimentos autorizados foram pagos, segundo estudo do economista Mansueto Almeida, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), citado pelo editorial econômico do jornal “O Estado de São Paulo”, de 18-09-2013. A explicação disso se deve a que os investimentos são realizados, consoante a arrecadação, segundo o governo.

Dessa forma, foram os gastos correntes e sociais os que mais aumentaram nos últimos cinco anos. Previdência social, educação, desenvolvimento social, saúde, habitação. O Programa Minha Casa, Minha Vida correspondeu a 0,3% do PIB, em 2012, sendo considerado como investimento pelo governo. Porém, a maioria dos economistas não considera assim. Trata-se de subsídios. Portanto, a ótica da DESPESA DO GOVERNO, pelo lado do investimento em infraestrutura continua estagnada, enquanto pela ótica do gasto social, mais a despesa corrente (o custo de 39 ministérios) cresceram “de vento em popa”. Não que estes dois últimos não sejam importantes, mas, a despesa corrente é exagerada. Sem dúvida, para alcançar maior nível de crescimento econômico é o investimento em infraestrutura que o acelera. Logo, se o governo federal não tem de onde tirar o dinheiro para este, seria o caso de reduzir a despesa corrente ou de não pagar os juros da dívida. Quanto a este último, a União nem pensa nele. Pelo contrário, endivida-se cada vez mais, para fortalecer o caixa, por exemplo, do BNDES. Logo, o lençol fica curto, ainda mais que também jamais cortou a atual administração seus gastos correntes, pelo contrário, fazendo aumentá-los. Resultado, improvável, para não dizer impossível, melhor nível de atividade econômica.

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