01/09/2013 - PIB TRIMESTRAL
No final do mês de agosto o IBGE
divulgou o PIB do segundo trimestre, já decorridos dois meses do terceiro
trimestre. Os resultados superaram as expectativas mais otimistas. A expansão
da produção e da renda do País chegou a 1,5%, entre abril e junho, em
comparação com os três meses anteriores. Trata-se de taxa que, se dessem
continuidade, proporcionaria um crescimento de 6% ao ano. Claro, que não, neste
ano, visto o fraquíssimo crescimento do primeiro trimestre. O próprio Banco
Central, em sua pesquisa semanal projeta para 2013 só 2,2%. Ademais, prévias
dos dados do terceiro trimestre apontam reversão de expectativas, perante a
elevação de 20% do preço dólar no exercício, com fortes implicações
inflacionárias. Quais sejam: redução do poder de compra e aumento da taxa de
desemprego. Além disso, o crescimento do consumo no segundo trimestre foi de
apenas 0,3%, que era a locomotiva dos dez anos atrás e agora não reage, estando
estagnado. Trocando em miúdos, o sinal dado pelo segundo trimestre é de que “o
fundo poço foi superado, no Brasil e no mundo” (Guido Mantega, ministro da
Fazenda); “nosso desafio agora é manter a expansão do investimento” (Luciano
Coutinho, presidente do BNDES); “é a retomada da inflexão do País. É algo que
anima” (Romero Jucá, senador da situação).
O ocorrido de abril a junho
mostra que foi interrompido o mais longo ciclo de declínio, que levou a atual
estagnação, desde o Plano Real. A economia brasileira começou a desaceleração
no segundo semestre de 2010, chegando até o primeiro trimestre deste ano, nove
trimestres consecutivos de altas inferiores a 1%. O salto trimestral foi puxado
pela indústria, o setor que mais se abalou com a crise internacional, desde
2008. Assim, “a expectativa de um novo padrão de crescimento da economia
brasileira ganha força”, segundo o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento
Industrial. Entretanto, na contramão, o índice de confiança da indústria,
medido pela Fundação Getúlio Vargas, caiu para o nível mais baixo, desde julho
de 2009, quando o Brasil saia da recessão. Por outro lado, a incerteza cresceu
com a valorização do dólar, que encarece os produtos importados, pressionando a
inflação, o que coloca o Banco Central (BC) em linha, para elevar a taxa básica
de juros, já a tendo feito, pela quarta vez e sinalizando por uma quinta, no
final do ano. Por seu turno, “já há sinais de contração da indústria e do
investimento”, consoante boletim mensal do Banco Itaú. Portanto, pode-se
concluir com o professor Armando Castelar, da Fundação Getúlio Vargas: “A curto
prazo o câmbio atrapalha porque pressiona a inflação e a resposta do BC será
segurar o crescimento”. Logo, não existe alternativa para melhor desempenho se
o governo não fizer o planejamento estratégico de investimentos, ao tempo em
que reduz seus gastos, em retração do seu grande número de órgãos, que se
superpõem tal como se encontram em sua maior demonstração, de possuir 39
ministérios.
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