O QUE PODERIA VIR



Ao exemplo de muitos países em todo o globo, o Brasil adotou medidas de proteção das camadas de sua população mais vulnerável aos efeitos da pandemia do covit-19. Não somente aqueles que ficaram desempregados, subempregados e desalentados, pelo isolamento social implantado, calculados como 25 milhões, mas também a um imenso contingente de pessoas vulneráveis por não terem ou terem pouca renda, alcançando os assistidos em torno de 67 milhões de cidadãos. A renda média do brasileiro chegou a aumentar neste ano da referida pandemia.

Miriam Leitão, jornalista de economia da rede Globo, quando acerta em seus comentários, sem ser azeda às ações do governo federal, pela qual faz ferrenha oposição, entrevistou o renomado economista Ricardo Paes de Barros, publicando em sua coluna do dia 25, palavras dele que se extraiu a seguir:

“Precisaríamos em janeiro chegar com ajuda para 25 milhões, que são os desempregados, subempregados e desalentados. Não os 70 milhões do auxílio emergencial. Mas, mais importante do que isso, a gente precisa criar apoio para que essas pessoas tenham emprego. A forma de fazer isso é com um programa nacional de reinserção do mercado de trabalho. Com uma intermediação eficaz, coordenada pelo governo federal, mas com a participação do setor privado e capilaridade pelo País todo... É fundamental continuar com as reformas, parte fiscal, tributária, trabalhista e resolver a crise sanitária. Mas, isso só resolve se você acredita na mão invisível. A meu ver está crise é tão grande que vamos precisar de uma mãozinha. O teto dos gastos é importante, mas o desafio aqui não é o dinheiro, é de organização e coordenação para um programa desse tipo... Deveríamos estar trabalhando para retomar com mais segurança possível a educação. Deixar o cérebro dessas crianças com as sinapses não se formando é um prejuízo maior do que o prejuízo econômico”. (Mão invisível é o termo criado por Adam Smith, para designar o equilíbrio dos mercados, na formação dos preços, em razão das ofertas e das procuras).

Assim como o governo federal agiu com o decreto de emergência para romper neste ano o teto dos gastos e criar programas sociais, dentre os quais o auxílio emergencial, que ora acaba, haverá de surgir uma política econômica de curto prazo, observando as ponderações de Ricardo Paes de Barros, tais como já regulamentado o marco do saneamento básico e a resolução do Conselho do Programa de Parcerias e Investimentos, para empreendimentos públicos federais dos setores de transporte rodoviário, portuário e aeroportuário, além das privatizações que acontecerão neste ano e nos próximos. Isto gerará emprego, renda e crescimento econômico. É o que se espera, haja vista que o próprio governo (IPEA) projeta 4% de crescimento para 2021.

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