30/10/2019 - TERMÔMETRO DE EXPECTATIVA DOS INVESTIDORES




Existe sempre, por parte dos investidores precavidos, a análise de balanços contábeis, pelo menos de três últimos anos, seja de um país, estado ou município. É possível criar um termômetro de insolvência, objeto da dissertação de mestrado de Paulo Brito (1979), na UFBA, intitulada “Análise de viabilidade econômica das pequenas empresas em relação às grandes empresas na Bahia”, quando ele aplica um termômetro da insolvência, criado pelo então professor da FEA/USP, Stephen Charles Kanitz. Trata-se de uma análise estático-comparativa, para identificar uma “lei de tendência”.

O termômetro de expectativa dos investidores internacionais tem alguns nomes. Grau de investimento; risco-País; nota de bom pagador. No caso brasileiro, somente em 2008 o Brasil foi considerado bom pagador, quando a agência de risco mundial, a agência de risco Fitch conferiu a menor nota do risco-País já consignada, de 85 pontos, em 31-03-2008. Um mês depois, a Standard & Poor’s, conferiu o grau de investimento ao Brasil, em 31-04-2008, atingindo referido termômetro 109 pontos. Em 30 de setembro de 2009, a agência internacional de risco Moody’s compôs o trio de países ricos mais acreditados pelos fundos de pensão, aqueles que mais têm dinheiro no mundo, ao conferir o grau de investimentos ao Brasil, ao conceder 129 pontos. Naquela época, o Brasil surfava na crista da onda de progresso da década passada, em consonância com grande progresso mundial. Ou seja, de 2003 a 2010, na era Lula, o País cresceu 4% em média anual. De 2011 a meados de 2016 ocorreu a era Dilma. Em 2014, o País realizou o primeiro déficit primário, depois de 16 anos. Fora o sinal para o país perder o grau de país bom receptor de investimentos.

Em 30-09-2015, a maior agência de risco, Standard & Poor’s, retirou o grau de investimento do País, atribuindo-lhe nota 480. Em 31-12-2015 foi a vez de fazer isso a agência de risco Fitch, concedendo a nota de 495. Em 29-02-2016 foi a vez de retirar o referido grau a agência internacional Moody’s, com nota de 460 pontos. Ontem, 29-10-2019, a nota do Brasil foi de 117 pontos, a menor desde a concessão do grau de bom pagamento pela Standard & Poor’s (109).

O que significa citada nota? Significa a divisão do número de pontos por 100, sendo resultado o spread a ser acrescentado à taxa de juros dos investimentos ou financiamentos internacionais. Isto é, quem tem maior risco tem maior taxa global de juros. Esta é a lógica bancária.

A principal ilação que se pode tirar do exposto é que as agências de risco estão aguardando o Brasil voltar a ter superávit primário. Lógico, é a creditação de poder gerar saldos para teoricamente pagar juros da dívida pública. Quer dizer, elas acreditam que o País está no caminho certo, haja vista que foi aprovada a reforma da Previdência.

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