21/10/2019 - REAVALIAÇÃO DE RISCO DO PAÍS
A agência internacional de risco, S&P Global Ratings
(nome novo da antiga Standard & Poor’s), baseada em Nova York, avalia
milhares de empresas na bolsa de valores, calculando os principais índices,
além de avaliar o desempenho das economias de países. O Brasil, em 2008, quando
o País tinha forte crescimento econômico, em trajetória firme, recebeu, pela
primeira vez, o título de grau de investimento, aquele que garante aos
investidores internacionais de que o País possuía superávit primário na contas
públicas, havia vários anos, em condições de pagar os juros das dívidas
contraídas, adequadas para o bom nível de crescimento e suas empresas são
sólidas. Estava-se no segundo mandato do ex-presidente Lula, em cinco anos de
uma política econômica ortodoxa. Mas, ainda no segundo mandato dele, a política
econômica se tornou heterodoxa, mediante forte intervenção do Estado na
economia, executando o Programa de Aceleração do Crescimento, Programa Minha
Casa, Minha Vida, colocando a Petrobras como responsável por 30% dos
investimentos públicos e criando cerca de cinco dezenas de empresas públicas.
Em governo que trazia a economia para uma taxa média de crescimento de 4% em
média anuais, fechando seu ciclo com 7,5% de incremento do PIB em 2010,
conseguiu eleger Dilma Rousseff, que realizou uma série de erros de política
econômica, levando-a a fazer as “pedaladas fiscais”, que foram reconhecidas na
contabilidade social, apresentando déficit primário em 2014, após 16 anos de
superávit. Em 2015, a então Standard & Poor’s retirou do País o grau de
investimento.
Prestes a reavaliar referido grau, a S&P Global Ratings
já adianta que a nota BB- do Brasil não será alterada, mesmo porque continua
com déficit primário, claro, sem tecnicamente ter condições de pagar juros da
dívida pública, rolando-a, principalmente, além de baixíssimo nível de
crescimento. As razões da queda do crescimento do PIB, de 1,1% para o esperado
0,8% ou 0,9%, espelhados no boletim Focus, que entrevista semanalmente 100
especialistas financeiros, são de que houve atraso nas reformas estruturais,
com queda de confiança dos investidores locais. Também fatores externos como a
guerra comercial em curso, a crise na Argentina e crescimento mais lento da
Europa. Ademais, a referida agência de risco afirma que persistem entraves
políticos para Jair Bolsonaro aprovar medidas de política econômica que ampliem
o crescimento econômico.
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