23/04/2019 - PERSPECTIVAS DE QUEDA DA ATIVIDADE




Pela oitava vez seguida os economistas, consultados pelo Banco Central semanalmente, reduziram a taxa do crescimento do PIB para este ano. De 1,95% para 1,71%. Não é só a diferença de 0,24%, que parece pouco. Mas o decremento que deve ser medido, em relação a taxa inicial, de 12,3%, o que é muito, em uma semana. Atribuem eles duas causas. A fraca herança deixada por Michel Temer e o desencanto com o desempenho de Bolsonaro. Os pesquisados chegaram a prever 2,6%, em meados de janeiro. Assim, o decremento ficou em 52,0%, em menos de quatro meses. No ano passado, após as eleições, o mercado financeiro chegou a projetar 3%. No último trimestre do ano a economia só cresceu 0,1% e ao conhecer tal número o mercado reduziu ainda mais a previsão do PIB. A pesquisa do informativo Focus do Banco Central, em referência, não captou as idas e vindas do aumento do óleo diesel e a ameaça de greve dos caminhoneiros. É bem provável que mediana das taxas dos cerca de 100 economistas caia na próxima semana. No entanto, não cairá muito porque hoje de manhã as negociações do governo com os líderes dos caminhoneiros descartaram a greve geral anunciada para a próxima semana.

Para Cristiano Oliveira do Banco Fibra: “Neste ano vamos crescer 1% mesmo. A economia cresce em ritmo lento por problemas da oferta ligados ao PIB potencial (o quanto a economia pode crescer sem pressionar a inflação), que por sua vez refletem e vão refletir por muitos anos a política heterodoxa equivocada da presidente Dilma Rousseff”. Os problemas estão dentro da oferta agregada.

Na essência da problemática do crescimento está a incerteza de sucesso da política de articulação de Bolsonaro. Muitos acreditam que ele está adotando o tom populista, quando na economia, Paulo Guedes defende o liberalismo.

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