11/04/2019 - SOBRE OS SIGNOS DAS REFORMAS
O novo governo nasceu sobre os signos das reformas
estruturais necessárias para a economia crescer sustentavelmente. O único
governo que as fez, da forma mais ampla possível, foi o do Marechal Castelo
Branco, através de decretos-leis e de leis aprovadas pelo Congresso, o qual
fora depurado para servir ao regime militar. O coroamento das reformas econômicas
dele se fez pela Constituição de 1967, promulgada pelos militares, contendo as
reformas econômicas. Antes, em 1965, a gestão colegiada tinha feito o Programa
de Ação Econômica do Governo (PAEG), que introduziu as reformas capitalistas,
através de um expurgo de ações socialistas, em curso na época. O governo atual nasceu
liberal-democrático e tem de ver aprovados os seus planos, programas e projetos
pelo Congresso Nacional. Por isso mesmo que está demorando em lançar as
reformas. Já está lá a reforma administrativa, por Medida Provisória, que tem
de ser aprovada, bem como a reforma da Previdência. Pretende, nos próximos
dias, enviar a PEC do Pacto Federativo, para fazer o ajuste fiscal da União,
Estados e Municípios, além das Medidas Provisórias para melhorar o ambiente
geral dos negócios, chamada de reformas microeconômicas. Anteontem, anunciou
que enviará a PEC da reforma tributária, ainda não delineada, mas já se sabe
que pretende reunir cinco tributos federais em um único só. Cem dias já se
passaram e o presidente da República, Jair Bolsonaro, tem ido e voltado atrás,
em erros que não constroem a reforma da abertura comercial externa, em ações
que envolvem à próxima visita à China (houve declarações hostis a alguns
negócios com os chineses) e, um jantar de ontem, programado pela Confederação
Nacional da Agricultura, convidou cerca de 40 países árabes, ressentidos com a
abertura do Escritório Comercial em Israel. Seu governo caminha tropeçando, até
porque ele não tinha experiência em gestão.
O ex-capitão do Exército, Jair Bolsonaro, cercou-se de cerca
de 100 generais no Planalto. Ele passou 14 anos naquela força. Pesquisas apontam que os generais têm o respeito
da população, não só pela formação educacional que têm, bem como pela postura
democrática que têm adotado, haja vista como vem se comportando o
vice-presidente da República, Hamilton Mourão, que tem afirmado que o seu papel
e dos seus pares é o de complementar as ações do presidente da República. O de
que ele fala o que o presidente da República não fala ou não quer falar ou não
sabe falar.
Em resumo, decorridos 101 dias (7%) de 1416 deles (100%) do
primeiro mandato (se cumprir dois mandatos seria de 3,5%) o governo tem sido
visto como que aquele que avançou na área econômica, mediante projetos para as
reformas. Porém, precisa do avanço político, que não houve ainda, para
aprová-las. O presidente disse e reiterou várias vezes que não faria um governo
de coalizão. Entretanto, já está contatando com os partidos políticos, definindo-se
como um governo de articulação. Se consegui-la poderá fazer um bom governo.
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