20/04/2019 - ANÁLISE CUSTO-BENEFÍCIO




Um dos indicadores mais preciosos da análise de projetos de investimentos ou de gastos públicos é a análise custo-benefício. A divisão entre eles encontrada significa que quanto menor o resultado numérico, melhor para a sociedade pública ou privada. A relação inversa benefício-custo também pode ser feita. A divisão entre eles encontrada será o que exceder da unidade de medida. Quando não se puder quantificar se faz a análise qualitativa. Por exemplo, quanto se gastará para gerar um reflorestamento? Irá depender da medida e das espécies envolvidas. Quanto maior, melhor a área delimitada. Assim, a análise custo-benefício serve para situações de buscar o ótimo.

Na prática, a análise econômica serve aos interesses políticos e aí se tem controvérsias. Por exemplo, uma das promessas de campanha de Jair Bolsonaro foi a de atribuir aos beneficiados pelo Programa Bolsa Família o 13º benefício. Cem dias após o seu governo, ele delineou como este seria feito, da mesma forma que é realizado para os trabalhadores em geral. O fato novo é de que, para conferir citado benefício, este ano não haverá elevação dos benefícios. Em artigo de hoje, na Folha de São Paulo, o doutor em economia Rodrigo Zeidan, assim se refere: “... damos muito mais valor ao presente e ao futuro próximo do que ao futuro distante. É por isso que aceitamos pagar juros absurdos, parcelamos as compras – precisamos de produto agora – e poupamos pouco para o futuro. Como não vamos mudar da noite para o dia, é muito mais importante para uma pessoa pobre saber que sua renda mensal vai ser um pouco mais alta e previsível do que do que ter um benefício que virá só no fim do ano. Teria sido melhor aumentar o benefício mensal. O objetivo do governo é obter apoio político dos mais pobres, o que é parte do jogo, mas isso poderia ser feito mais eficientemente. Quer fazer populismo com dinheiro público? Que faça direito”.

Bom, do exposto, vê-se claramente que o doutor em referência é contra politicamente a Bolsonaro. O fato é que o Programa Bolsa Família nunca teve reajuste anual, e sim, de forma populista, de tempos em tempos, mas que certamente, virá, pelas cobranças que se farão. O 13º é um benefício que ficará como mais um mês e, certamente, as pressões políticas farão de o governo reajustar o citado benefício. Portanto, a relação benefício-custo para o beneficiário será bem maior, doravante. Para que serve a relação referida se não interpretá-la ao longo do tempo, presente, futuro próximo e futuro distante? A visão do brasileiro comum de consumir muito mais (mas, muito mesmo) do que decorre por falta de educação financeira.

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