19/02/2019 - COMISSÃO DA ANISTIA
Criada em 2001, pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso,
objetivando reparação aos anistiados ou perseguidos por ações políticas,
abrindo o leque desde 1946, mas a grande maioria dos processos se deve ao
período da ditadura militar (1964-1984), já tendo examinado 66,3 mil processos,
dos quais deferiu 39,3 mil, incorrendo em gastos acima de R$10 bilhões, pagos aos
referidos, conforme o Ministério da Economia. A Comissão possui 25
conselheiros, sem remuneração, a não serem gastos de locomoção, hospedagem,
alimentação e outras despesas para funcionar. Em 2018 foram 44 reuniões, o que
deve ter custado bastante. Existem 12,6 mil processos, aguardando por
julgamento. Do Ministério da Justiça saiu para o Ministério da Cidadania,
dirigido pela ministra Damares Alves, ministra evangélica e que tem provocado
polêmicas, tais como a de que “menino veste azul; menina veste rosa”; ou, de
que as meninas que vivem no Brasil sofrem discriminação; se fosse mãe delas
mandava-as irem estudar no exterior. Ela vem sendo pressionada para reativar a
referida Comissão, pelos milhares de requerentes. Ela promete fazê-lo, mas não
nomeou ainda o presidente daquele egrégio. O assunto é muito polêmico, devido
ao fato que, durante o longo período que pode ser objeto de análise, militantes
e dirigentes de partidos políticos sofreram perseguições, foram mortos
(familiares pediram e pedem reparações), mas há aqueles também que saíram do
País e voltaram consagrados como líderes e recebem pomposas pensões mensais.
O assunto é muito difícil de ser tratado. No atual governo, à
direita, existe a intenção deliberada de muitos casos serem revistos. Além do
mais, a atual ministra disse que pretende dar um prazo para referida Comissão
acabar. Aliás, no Brasil, é comum se instalarem comissões que pretendem ficar
durante muito tempo. Parece até emprego criado para seus membros. Na verdade, a
justiça brasileira é muito lenta e julgamentos demoram muito. Quando se trata
de julgamentos coletivos, tais como o mensalão, que durou quase dez anos,
julgando 40 réus e condenando 25 deles, existe também a operação Lava Jato, que
investiga corrupção realizada no âmbito de uma gama imensa de envolvidos, criada
em 2014 e que não tem prazo para acabar.
A propósito, o que assunto tem a ver com economia, que é objeto
da coluna? Claro, muito a ver, não somente devido aos custos de comissões da
espécie ou reuniões longas. Trata-se de um vício de que quase tudo acaba em
burocracia e esta atrasa o desenvolvimento da economia brasileira.
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