18/02/2019 - CANAIS DO PIB AINDA OBSTRUIDOS
A composição do PIB pode ser pelo lado da demanda, do lado da
oferta e do lado da renda nacional. A demanda agregada é composta do consumo
das famílias, dos investimentos das empresas, dos gastos do governo, das
exportações menos as importações. A oferta agregada compreende os três setores:
a agropecuária, a indústria e serviços. Do lado da renda nacional, pelos
salários, juros, aluguéis, dividendos e outras rendas. Assim, ao analisar os
canais do PIB, os economistas verificam, de posse das estatísticas coletadas
cotidianamente, que muitos canais estão obstruídos, visto que o atual governo,
já nos seus cinquenta dias de ação, não produziu ainda as reformas que prometeu
e começa a ter problemas políticos dentro do seu próprio partido líder, o PSL, cujo
dois dos principais dirigentes, ministros, foram denunciado por uso de laranjas
nas eleições. Na verdade não foi só ele, mas quase todos os partidos fazem
tradicionalmente isto. Mais de 50 políticos assim foram identificados, de
diferentes agremiações. A perda de votos no Congresso pode inviabilizar as
reformas, principalmente a da Previdência, que poderá chegar esta semana ao
Congresso, com roupagem nova, o que demorará em sua transição.
Na economia nacional não se tem ainda melhorias no consumo,
ativação dos investimentos como previstos, nem desatando as inversões em
infraestrutura, não há promessas, nem melhora acentuada dos níveis de atividade
econômica e com geração de mais emprego. As confianças do lado da demanda
global ainda não foram restabelecidas amplamente. Na economia internacional não
se tem tanto vislumbre, devido ao fato de há uma desaceleração econômica e
quedas nos preços das commodities. Relembre-se que, na década passada, quando a
economia cresceu em torno de 4% ao ano, a economia internacional foi excelente
para as exportações e a demanda interna reativada, mediante uso da capacidade
ociosa, de ampliação de crédito, de respeito aos contratos e de parcerias
público-privadas.
Quanto ao lado multiplicativo do Estado, além das concessões
produzirem resultados em muitos anos, a existência de déficits primários inibe
novos investimentos em infraestrutura. Portanto, é menor a atração de novos
investimentos, menor a aceleração. Mesmo a reforma previdenciária, elevando
alíquotas e retardando aposentadorias, não tem efeitos rápidos na demanda. No
curto prazo até reduz consumo. Acrescente-se ainda que as projeções das safras
de grãos estão sendo frustradas, em seus primeiros acompanhamentos.
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