06/02/2019 - ENVELHECIMENTO DO PARQUE INDUSTRIAL
Repetindo o dito ontem, pelo
Secretário da Produtividade e Competitividade, Carlos da Costa: “envelhecimento
do nosso parque industrial”, sendo uma das explicações pelas quais a
produtividade brasileira caiu de 40% para 23%, em média, comparativa com um
trabalhador americano. A segunda é a enorme burocracia que atrapalha a
competitividade. A terceira é o embrulho fiscal em que se meteu o Estado, sem
condições de ter superávits primários desde 2014, reduzindo sua capacidade de
investimento em infraestrutura. As
provas aí estão evidentes. A economia nacional saiu da forte recessão, mas
cresceu somente 1% em 2017 e um pouco mais de 1% em 2018. A indústria de
transformação, que tinha crescido 2,2% em 2017, depois de um amplo período de
queda na maior parte desta década, voltou a cair para 1,1% em 2018. Não se
conhece o PIB de 2018 por completo, vez que o IBGE ainda não divulgou, mas o
cálculo da indústria foi o primeiro já divulgado. Porque a indústria não
decola? Claro, grande parte está envelhecida, em estar na área da inteligência
artificial. Ademais, outra grande parte do segmento industrial, por volta de
40% são de produtos manufaturados, maior parte dirigida às exportações. Dessa
forma, a indústria exportadora nacional que é competitiva na América Latina,
sentiu fortemente a queda das exportações para a Argentina, em recessão. Elas são
20% para aquele país do total de manufaturados exportados. No ano passado as
exportações para a Argentina caíram 47%. Além do mais as importações totais cresceram
mais do que as exportações totais em 2018, embora o saldo fosse positivo.
Assim, a balança comercial não apresentará tão bom desempenho em 2018, para
impactar o PIB. É certo que os dois outros setores (agropecuária e serviços)
ainda não são conhecidos seus dados. Mas, as estatísticas não acrescentariam na
média mais do que 1,3% ao PIB do ano passado. Do lado da demanda interna houve
sensível melhora. Porém, a demanda externa não correspondeu aos anseios também
porque os Estados Unidos impuseram sanções às exportações brasileiras de
commodities.
A greve dos caminhoneiros de maio
de 2018 trouxe reflexos sabidamente negativos. Conforme o gerente executivo de
Pesquisa e Competitividade da Confederação Nacional da Indústria, Renato da
Fonseca, deixaram de ser criados ou foram perdidos 570 mil empregos, além dos
problemas com frete e óleo diesel tirarem R$20,3 bilhões do PIB, conforme
estudo daquele órgão.
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