01/02/2019 - CENÁRIO DE LULA 1 BEM MAIS FAVORÁVEL




O primeiro mandato de Lula (2003-2016) começou e pegou uma vantagem inicial considerável, qual seja o superciclo das commodities, de 2001 a 2008. Nisto Bolsonaro difere dele visto que há fortes entraves domésticos, tais como desajustes financeiros e baixo nível de atividade econômica, além restrições no comércio internacional. No que convergem estão fortes investimentos prometidos. Porém, a situação de Lula era bem mais confortável, visto que ele pegou o Brasil com o tripé econômico bem estabelecido e Bolsonaro pegou com forte desequilíbrio fiscal. Nos cinco tópicos da coluna de ontem, de Miriam Leitão, no jornal O Globo, dois deles, a propósito, merecem serem transcritos e comentados. “Corrida de obstáculos I. Veja como a economia se parece com uma corrida de obstáculos. Caso o governo aprove uma reforma consistente da Previdência, o economista Nathan Blanche, especialista em câmbio, prevê uma forte entrada de dólares no País (Lula também contou com isso). O problema diz, é que a valorização do real poderá ser fatal para muitas empresas. ‘Se o Brasil der certo, estará encrencado’, brinca. Ele explica que a inflação já está baixa e tenderia a furar novamente o piso da meta e o Banco Central já tem reservas cambiais elevadas. ‘Há poucos instrumentos para conter uma valorização forte do câmbio. O governo precisa fazer o ajuste fiscal e aprovar uma agenda de competitividade para as empresas’. Nem bem o País resolverá um problema e já terá que enfrentar outro. Corrida de obstáculos II. Pelas contas de Nathan a agenda mundial é de redução de impostos de cerca de 20% em vários países competidores do Brasil, como os EUA. Se o real tiver valorização entre 10% e 15%, as empresas brasileiras teriam aumento de custo de até 35%. ‘Se não bastar impostos o prejuízo na produtividade e competitividade será elevadíssimo. E o único jeito de reduzir carga tributária é cortando gasto. A Previdência terá que ser apenas a primeira das reformas’, afirmou”.

O fato é que o cenário de Lula era muito favorável ao crescimento, visto a existência de grande capacidade ociosa e o boom das commodities. Já o cenário de Bolsonaro é de “levanta, sacode a poeira, dá volta por cima”, conforme a música cantada por Noite Ilustrada. Hoje, com o retorno do Congresso Nacional, os projetos do novo governo irão acontecer, em especial, o esperado projeto da Previdência Social.

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