08-02-2019 - POLÍTICA LIBERAL É DE LONGO PRAZO
O mercado sabe que a política liberal, adotada pelo Ministro
da Economia, Paulo Guedes, é de longo prazo. Portanto, os efeitos dela serão
sentidos nos próximos anos e não neste ano, como muitos desejariam. Depois de
2014, quando se iniciou a forte recessão (2014-2016) muitos brasileiros têm
tido a expectativa que a crise se resolvesse no curto prazo. Mesmo nos anos de
2017 e 2018, quando a economia saiu do buraco, ficou somente um pouco da
superfície. O PIB que tinha recuado mais de 7% naquele período e a renda per
capita por volta de 10%, ainda tem de recuperar parcela do PIB perdido, em mais
de 5% e o produto por habitante algo como 7%. A confiança da demanda agregada,
revelada pelos incrementos do consumo, do investimento, dos gastos do governo,
principalmente em infraestrutura, mais o setor externo (exportações e
importações) estão ainda muito a desejar. Para este ano analistas financeiros,
brasileiros e estrangeiros, projetam crescimento de 2,5%, bem como para anos
subsequentes. Portanto, mais de dois anos, para retornar ao nível de atividade
de 2013. O Brasil caminha para fechar outra década perdida (a anterior ocorreu
nos anos de 1980) e se espera que as bases de agora sejam plantadas para nova
década de bom crescimento econômico (a última ocorreu nos anos de 2000). Esta
terá que vir com acentuada recuperação do mercado de trabalho.
Um dos carros de chefia da economia brasileira desde 1956 tem
sido a indústria da construção civil, associada a ela esta a indústria
automobilística, desde aquela época, empregadores, que por si, geram por cada
emprego direto, por volta de dez empregos indiretos cada (com e sem carteira de
trabalho assinada, principalmente MEIs). Olhando só a construção, a Câmara
Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) revelou que há hoje dois milhões
de empregos diretos. Em 2014 existiam três milhões e meio deles. A perda de um
milhão e meio de formalizados é muito grande.
Arredondando o número da População Economicamente Ativa (PEA),
o País teria próximo de cem milhões de almas. Pelos números da construção civil,
em 2014, teria mais de 35% (35 milhões) de vínculos formais ou não de emprego, nesse
exército da PEA e hoje tem em torno de 20 milhões.
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