20/12/2018 - POUPANÇA DOS BRASILEIROS




O Serviço de Proteção ao Crédito Brasil (SPC-Brasil) fez um levantamento de como as pessoas poupam por aqui. Para 62,6% não sobra nada para a poupança. Ou seja, somente 37,4% poupam. O dado é coerente com o número de pobres brasileiros, por volta de 60%. Não sem motivo, são aqueles que o MEC identifica como de baixa educação ou nenhuma, numa prova evidente de que a educação faz a diferença em direção à riqueza. Isto é, quanto mais educado mais próspero.

Dos 37,4% que poupam, cerca de 60,4% usam a caderneta de poupança, o mais popular instrumento de captação, que não incide imposto de renda. É o mais rentável, por ser de pequenos valores, cujos bancos não oferecem certificados de depósito bancário a taxas mais elevadas, além de incidir imposto de renda neles. Em seguida vêm aqueles que têm poupança como dinheiro em casa, citado por 24,1%. Já 6,5% possuíam aplicações em fundos de investimento. Outros 6,5% estão em previdência privada. Em razão da reforma da Previdência, estes têm condições de voltar a subir. Em julho, por exemplo, foram 12%.  Já outros 5,9% aplicavam no Tesouro Direto.

A baixa taxa de poupança dos brasileiros, por volta de 15% do PIB, necessita ser suplementada por poupança externa com vistas a uma maior taxa de crescimento. Entretanto, o País perdeu o selo de bom pagador desde 2014, o que pode dificultar captações. Não obstante isto estão previstos ingressos de US$80 bilhões no exercício. O déficit em conta corrente externa previsto para este ano é de US$20 bilhões, cuja diferença poderá ser canalizada para inversões. As reservas externas estão em US$380 bilhões e a dívida externa está em US$360 bilhões. Portanto, não há constrangimento externo. Mas, com a elevação da taxa de juros do Banco Central americano as captações não serão tão elevadas, no futuro.

Para Mailson da Nóbrega, economista que elaborou o Plano Verão (1989) há “A boa herança de Temer para Bolsonaro”, em artigo para a revista Veja. “O presidente eleito, Jair Bolsonaro, assumirá o governo sob condições muito favoráveis. Começara com expectativas muito positivas quanto a sua administração, reveladas por pesquisas de opinião que lhe atribuem 75% de popularidade, bastante superior ao percentual de votos que o elegeu. Além disso, se beneficiará de um quadro macroeconômico equilibrado, fruto de medidas adotadas pelo presidente Temer, um dos mais reformistas do País, se considerado o mandato de pouco mais de dois anos. Destaquem-se a reforma trabalhista, o teto dos gastos, a criação da taxa de longo prazo (TLP) e a lei das estatais”, nas palavras de Nóbrega.

“O programa econômico do presidente eleito, Jair Bolsonaro, comandado por Paulo Guedes, ameaça o Brasil com grande avanço. Vamos dar-lhe um voto de confiança para libertar a nossa economia do excesso de regulação ineficiente que a sufoca”. Antonio Delfim Netto, em artigo na Folha de São Paulo de ontem.

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