08/12/2018 - CASUISMO PARA PREFEITURAS
A Câmara Federal aprovou um afrouxamento na gestão financeira
pelas prefeituras. Pela lei de responsabilidade fiscal as prefeituras não podem
gastar mais do que 60% com despesas de pessoal. Aquela Casa aprovou que
referido percentual poderá ser ultrapassado, desde que haja retração de mais de
10% das receitas, tal como acontece atualmente com aqueles municípios que têm
receitas com os royalties do petróleo. O projeto de lei irá à sanção
presidencial e não se duvide se o presidente Michel Temer vá assiná-lo. De
muita maior repercussão foi à elevação de mais de 16% dos salários dos
ministros do Supremo Tribunal Federal, para cerca de R$39 mil, tendo
repercussões enormes nas despesas de pessoal da União, Estados e Municípios.
O fato é que a criatividade é muito grande quando se trata do
gasto público para cima. Trata-se de prática comum e corresponde a práticas
desde que governos são governos, principalmente na contratação de mais pessoal
e de aposentadorias.
O Tesouro Nacional divulgou que de 2016 para 2017 os gastos
agregados com pessoal do conjunto dos municípios passaram de R$279,3 bilhões
para R$289,7 bilhões, sendo um incremento de 4%, em uma economia saindo da
recessão para a estagnação. Já as despesas de custeio se reduziram de R$212,2
bilhões para R$211,6 bilhões, um decremento de menos de 1%. Por seu turno, os
investimentos em infraestrutura caíram bem mais, de R$40,9 bilhões para R$26,4
bilhões, um decremento de 35%, no mesmo período em tela, justamente quando o
governo precisa gerar meios multiplicativos para retornar ao crescimento econômico.
Enfim, se o projeto de lei em referência for sancionado os
maiores beneficiados são aquelas prefeituras menos eficientes e que incharam
seus quadros de servidores.
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