17/12/2018 - POBREZA AUMENTOU 33% EM TRÊS ANOS




A Síntese dos Indicadores Sociais do IBGE, deste ano, divulgada recentemente, revelou que a pobreza se elevou em 33%, nos últimos três anos. Foram considerados pobres pelo IBGE aqueles que perceberam até R$224,00 mensais, em 2017. Destes os extremamente pobres percebiam até R$140,00 por mês. Foram mais de 6,3 milhões de novos pobres. Maior do que a população do Paraguai. A pobreza absoluta aumentou três vezes; já a pobreza extrema cresceu 13 vezes em um único ano. O PIB de 2017 cresceu 1%, mas a renda dos brasileiros caiu 0,82%. O Programa Bolsa Família caiu 4,1%, entre 2016 e 2017. Entre 2014 e 2015, a extrema pobreza se elevou 23% e a pobreza absoluta foi de 19%. O impacto fiscal do citado Programa é de 0,5% do PIB.

Por oportuno, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgou um levantamento com a população de 124 países, denominado “Percepções da crise”. A esse respeito, o economista Marcelo Neri, diretor da FGV-Social aduziu: “O Brasil se tornou um país desiludido. Existe um desencanto com o País e sua capacidade de lidar com essa situação. Nos quesito de ‘medo da violência’, ‘descrença no sistema político’ e ‘falta de confiança estatal’ o País é o penúltimo pior: 68% sentem-se inseguros para andar à noite perto de casa, só 14% acreditam na honestidade das eleições e 82% não confiam no governo federal. A taxa de desaprovação da liderança política foi de 86%, maior do mundo e a maior da série histórica. Esses dados nos ajudam a entender a renovação política realizada no primeiro turno das eleições e acontecimentos anteriores, como as manifestações de junho de 2013. O brasileiro era crítico em relação às instituições, mas isso e deteriorou com o tempo. Os dados nos tiram de uma zona de conforto. Às vezes há uma tendência de acharmos que o mundo está complicado, portanto o Brasil também está complicado. Não. O Brasil está bem mais complicado do que em quase todos os países. Os números dão um retrato crítico não apenas desse ano, mas dos últimos quatro, cinco anos. Vivemos um momento psicossocial crítico”. Em entrevista à revista Isto é, desta semana. Questionado sobre a reunião de todos em torno de um só objetivo, foi taxativo: “Aconteceu em 1994 com o Plano Real, no governo do ex-presidente Itamar Franco. Nenhum país tinha uma inflação tão alta quanto o Brasil. E o Real deu certo. A desigualdade caiu e a inflação foi controlada. Isto mostrou do que somos capazes. Temos que mostrar que somos uma sociedade evoluída. Porém, nossas reações têm sido instintivas e andamos em círculo. Superamos a inflação de ela voltou em 2015. Reduzimos a desigualdade e ela voltou a crescer. De alguma forma precisamos demonstrar que não somos uma sociedade primitiva, que gira em círculos de 10, 50 anos. Precisamos seguir uma linha de evolução”.


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