14/12/2018 - PRÉVIA DA COMISSÃO DO ORÇAMENTO




A Comissão Mista do Orçamento anual recebeu, no último dia de agosto, o projeto do Ministério do Planejamento (MINIPLAN), para ser aprovado, vigorando no primeiro ano do governo de Jair Bolsonaro. Agora vai ao plenário do Congresso, em uma semana, visando aprovação pelas duas Casas do Congresso. O documento apresenta como resultado final um déficit primário de R$139 bilhões. Ora, será uma peça fantasma, visto que o futuro Ministro da Fazenda, Paulo Guedes informou que pretende zerá-lo? Sem dúvida, o projeto traz consigo as projeções com base no diagnóstico de uma economia fraca, praticamente estagnada. Não é isso que quer o novo governo. Virá com força para fazer as reformas estruturais e as privatizações, as quais, no conjunto, poderão levar ao crescimento acima dos 2,5% da estimativa do MINIPLAN. Que tal 3% para depois arrancar? O problema está incluído na problemática mundial. O novo governo pretende fazer “alinhamento automático” com os Estados Unidos, economia que está a pleno vapor, mas que poderá desaquecer nos próximos três anos. Há muitos analistas que falam até em recessão americana, em nova fase anticíclica, visto o grande crescimento estadunidense dos últimos anos, que levou ao crescimento médio mundial acima de 3% anuais. Para este ano, o FMI projeta 3,5%. Um crescimento médio mundial que poucas vezes aconteceu, em razão de muitas economias que em sendo crescendo pouco, puxando a média para baixo, enquanto puxam para cima os Estados Unidos, China e Índia. Por outro lado o Banco Central dos EUA já vem elevando a taxa básica de juros, desestimulando o crescimento.

Só repetindo o que aqui se colocou, em reais: déficit primário de 17,2 bilhões em 2014; de 114,7 bilhões em 2015; de 161,3 bilhões em 2016; de 124,4 bilhões em 2017; de 139 bilhões em 2018 (estimativa); acumulado de R$556 bilhões, que tornaram a economia nacional tão frouxa. Mais R$139 bilhões. Difícil novo governo deixar.

As previsões das despesas para 2019 são de R$3,371 trilhões, sendo aí de subsídios R$376 bilhões. Aí tem massa de manobra do governo, além do dinheiro que ingressará com privatizações.


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