15/12/2018 - COMISSÃO DO ORÇAMENTO PROPÕE BLOQUEIOS DE OBRAS
A proposta do orçamento da União, que vai ao plenário da
comissão mista das duas Casas, na próxima semana, se não for, irá depois das
férias de janeiro, em fevereiro, o que limitará bastante o governo logo no seu
início e não será a primeira que acontecerá. Muitos congressistas já se deram
férias e pode não haver quorum. Mas, o que se quer aqui registrar é que as
projeções do Ministério do Planejamento, de agosto, em quatro meses de debates
na comissão do orçamento propõem ao Congresso o bloqueio de recursos, em 2019,
para 11 empreendimentos em construção, no todo ou em parte, o que leva à
descontinuidade de investimentos e os conseqüentes prejuízos ao território
nacional. Por que isto? O ritmo em que veio a economia em 2018 frustrou
projeções do início do ano de 3% para por volta de 1% neste exercício. No
entanto, apesar das projeções positivas para o próximo ano, a economia está
chegando ao final deste ano sem ter conseguido apresentar sinais sólidos de
retomada. Contribuíram para isto, não somente os receios da economia doméstica
em investir, mas também a influência da crise Argentina, que prejudica a
indústria exportadora, além das tarifas elevadas que fizeram os Estados Unidos.
Mesmo com o fim das eleições, com a elevação do otimismo, confiança dos
empresários e consumidores, o segmento varejista também não vem se animando com
o fim do ano. Provavelmente, o referido relatório do orçamento será modificado
pelo novo governo, principalmente para não ter o déficit primário de R$139
bilhões, isto porque, sendo assim, a economia não crescerá nem o mínimo dos
2,5% projetados pelo mercado e pelo FMI.
Conforme as informações da Agência Câmara Notícias, dois
casos de bloqueios de inversões foram considerados graves pelo Comitê de
Avaliação de Informações sobre obras e Serviços com Indícios de Irregularidades
da Comissão do Orçamento. Os empreendimentos prejudicados são as obras da Br
116, na divisa de Pernambuco e da Bahia, cuja justificativa é de que o projeto
está em desacordo com o edital de licitação. As obras estão a cargo do Departamento
Nacional de Infraestrutura de Transportes. Por seu turno, as obras da ferrovia
Transnordestina, sob a tutela do Ministério dos Transportes, também foram
atingidas por conta da ausência de projeto e orçamento, falta de comprovação de
viabilidade e irregularidade na concessão. A referida Agência informou que a
ferrovia já gastou R$5,7 bilhões, desde 2006, tendo a concessionária executado
pouco mais da metade das obras e não dispõe de projeto adequado, nem de
orçamento confiável para a sua conclusão. Enfim, as grandes obras públicas continuam
trazendo enormes prejuízos ao País.
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