29/06/2018 - PROGRAMA ECONÔMICO




Não mais se chama de plano econômico, mas de programa econômico o que os candidatos à presidência da República irão lançar, a partir de julho, nos próximos dias. O fato é que um plano precisa de recursos internos e externos, difíceis de conseguirem mais do que os têm. Um programa fica mais fácil, indo de encontro a algumas reformas estruturais. A primeira é a da Previdência Social. Não há como correr. Ela absorve 62% dos gastos e cresce a taxas crescentes. A segunda é a necessidade um verdadeiro ajuste fiscal. Aquelas medidas adotadas desde 2015 não surtiram os efeitos esperados e o País continua mergulhado em grande déficit primário, o que só tem trazido crescimento da dívida pública em relação ao PIB, que saltou da casa de 50% para a casa dos 70%, ultrapassando a capacidade de pagamento, tida como máxima de 60%, para aqueles que estão endividados. A terceira é a revisão e avaliação da lei dos tetos de gastos públicos. A quarta é a reforma tributária. A quinta é a melhora do ambiente dos negócios. A sexta é a desburocratização. O elenco aqui é deste escriba. Claro que haverá surpresa. Desde 1979, quando o III PND fracassou; quando se abandonou o planejamento estratégico; por isso mesmo de longo prazo, prazo de quatro anos de um governo.

Qualquer que seja o próximo presidente, ele deverá reconquistar investidores e consumidores. A sua pauta deverá reduzir o desemprego, restaurar a segurança com inteligência, resgatar valores morais. Sepultar mesmo a corrupção sistêmica, sabendo que acabar coma corrupção é impossível. Mas, poderá o modelo de “tolerância zero”. Com tal pauta será respeitado pela comunidade internacional e provavelmente o Brasil poderá readquirir o grau de investimento. Um novo presidente deverá ser um aglutinador, com capacidade de articulação para aprovar as reformas estruturais, além de uma referência moral. Fala-se aqui, em tese, já que o presidente será uma surpresa dentre os cerca de nomes aventados pela imprensa.

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