22/06/2018 - SALVAR A ECONOMIA




Nelson Rodrigues, escritor, teatrólogo, jornalista, ficou famoso pelas suas peças, que retratavam o incomum, os dramas da vida, os problemas do povo pobre e marginalizado, pelos falsos valores e ausência de ética de muitos da sociedade brasileira, além de suas frases que ficaram para a eternidade. Uma delas é “toda unanimidade é burra”. Ou, quando a população na tem sua maioria da população bem educada, ocorre com freqüência o “efeito manada”. Isto é, havendo um boato, a maioria dos brasileiros corre para se proteger, principalmente quando se trata de dinheiro. Eles correm aos bancos ou sofrem de véspera com o simples fato de ocorrer “novo Collor”, que seqüestrou 80% dos ativos financeiros em 1990, no Plano Collor.

No Brasil um dos mais famosos Institutos de pesquisa é o Datafolha, cujas estatísticas na sua maioria se aproxima da verdade. Porém, a última delas, publicada hoje pela Folha de São Paulo, revela que: perguntados mais de 2000 cidadãos brasileiros quem seria “o salvador da economia” entre os principais pré-candidatos à presidência, 32% deles informaram que Lula “irá” salvar a economia. De que Lula é o mais preparado para isto. Em segundo lugar vem Jair Bolsonaro com 15%. Em terceiro, Marina. Repetem-se, assim, as prévias eleitorais para presidente da República, quando o Datafolha tem perguntado, em inúmeras pesquisas, quem seria o eleito.

É verdade que Lula conseguiu, em seus oito anos de governo, um crescimento médio do PIB de 4% anuais, marca somente menor a daquelas dos anos de 1970, do chamado “milagre econômico”, em tempo tão longo. Lula, para o seu referido desempenho, fez um primeiro mandato (2003 a 2016), respeitando contratos, coisa que disse que não faria, dizendo, por exemplo, que faria uma auditoria na dívida brasileira, sugerindo que ela não seria paga. Mas, foi ele o primeiro a pagar ao FMI e aumentar a dívida mais do que o crescimento do PIB do seu período, não cumprindo uma série de promessas de campanha. Porém, ampliou os programas sociais, tais como o Programa Bolsa Família, que contempla mais de 20% da população pobre. Deixou também o esquema corrupto do “mensalão”, que disse que não sabia e de que tinha sido traído pelos partidos aliados. Reeleito, instalou o esquema de corrupção sistêmica, cujo principal eixo estava nas obras públicas das estatais e do PAC. Condenado pela operação Lava Jato está preso desde abril. Porém, a maioria do povo brasileiro não parece entender bem que Lula fora o presidente também da corrupção sistêmica. Citada pesquisa nada mais representa do que o retrato que o Ministério da Educação transmite para a população, de que cerca de 60% dos brasileiros não sabem interpretar direito uma folha de papel, sendo grande parte dos nacionais de analfabetos, de analfabetos funcionais e de pessoas com baixo nível de escolaridade. A questão que se coloca é se Lula faria um bom governo. Afinal ele anda declarando que não irá combater o déficit público, que o governo tem que gastar, fazendo obras e o déficit primário será rolado indefinidamente. Se fizer isto não terá apoio dos investidores e seu governo fracassará.

Outra recente pesquisa da Federação Nacional da Previdência Privada (FENAPREVI) também mostra outro desconhecimento da realidade. Indagados sobre a reforma da Previdência Social, 51% são contra e somente 28% são a favor. Atualmente e de forma rápida o déficit previdenciário vai sendo a maior componente dele, até o ponto de que sufocará o governo, se é que não já está. Os entrevistados informaram que a situação piorou devido ao envelhecimento da população. Ora, não só isso, que agravará mais, bem como uma série de benefícios que foram criados, sem que os seus beneficiários contribuíssem de forma adequada.


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