08/06/2018 - TERMÔMETRO DO RISCO PAÍS
Quando um país não vai bem os juros aumentam pelos bancos
internacionais, devido ao risco de emprestar-lhe dinheiro. Há no mercado a
emissão de um título da dívida de uma nação, chamado de CDS. Recentes acontecimentos,
tais como a greve dos caminhoneiros, a revisão para baixo da taxa de
crescimento do PIB (já há quem preveja menos de 2% para este ano), a disparada
do dólar, as continuadas denúncias de corrupção e a instabilidade política
estão fazendo subir as taxas do CDS. Atingiu ontem 254 pontos, maior nível
desde junho de 2017. Quer dizer, se o governo lançar um título de dívida no
exterior, pagando, por exemplo, 10% ao ano, acrescentem-se mais 2,54%. Quer
dizer a taxa é de 12,54%.
Na verdade, as lideranças nas pesquisas de Jair Bolsonaro e
de Ciro Gomes, pré-candidatos à presidência da República, não agradam ao
capital internacional, visto que não são considerados reformistas. Assim, o investidor
estrangeiro revisa para cima o risco do Brasil, colocando peso nas eleições de
outubro. O banco JP Morgan acredita em haver 50% de probabilidade do resultado
não agradar ao mercado. O banco UBS vê zero chance de um reformista e defende a
necessária reforma da Previdência.
Dessa forma, os juros contratuais, projetados para a data de
vencimento do contrato, há um mês estava em 10,468%; há uma semana era de
11,958%; em 6 de junho era 12,848%. Quer dizer, está havendo a sinalização de
alta dos juros. A desvalorização da moeda real chegou o dólar a R$4,00. O
presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, convocou ontem a imprensa para
declarar que o País tem US$380 bilhões de reservas internacionais.
Provavelmente colocará a partir de hoje US$20 bilhões para serem vendidos, na tentativa
de fazer o dólar não crescer mais e, quem sabe, poder recuar. Por outro lado,
se o dólar continuar subindo, impactará em alta da inflação, visto que os
preços dos produtos importados chegarão mais caros. A inflação de bens
importados impactam em 30% no Índice de Preços ao Consumidor no Atacado (IPCA).
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