23/06/2018 - SISTEMA DE META DE INFLAÇÃO




Um dos princípios da teoria econômica é de que os preços sobem quando o governo emite moeda demais, Isto se chama de inflação monetária, na mais pura teoria ortodoxa. Porém, no decorrer da atividade produtiva, ocorrem interferências pelos sistemas de organização dos mercados. Os países quando se tornaram capitalistas sentiram a necessidade de um príncipe e de um xerife dos mercados financeiros, que acompanham as velocidades de circulação da moeda, juros e preços, criando o Conselho da Moeda (Currency Board) e o Banco Central (nos EUA, Federal Reserve). No Brasil, em 1965, foram estabelecidos o Banco Central (BC) e o Conselho Monetário Nacional (CMN). O CMN define as diretrizes de política monetária e o BC executa.

Embora muito importante, as formas de controle da moeda, através dos meios de pagamento, chamados de M1, M2, M3, M4, forma de moedas quanto aos prazos, imediato, curto, médio e longo, que são bem administrados pelo BC, para que o multiplicador dos depósitos bancários não crie moedas desnecessárias e se incorra em inflação. Os juros também vêm sendo bem administrados, através do controle da taxa básica, a SELIC, que sinaliza quais as taxas praticadas pelos títulos públicos e orientam os mercados financeiros, Os preços, em tese, são livres e representam em sua média a inflação. Atualmente, a taxa SELIC está em 6,5% ao ano, a inflação abaixo do centro da meta, fixada para este ano em 4,5%, mediante viés de baixa de 1,5% e viés de alta de 1,5%. Em 2019, mudará para 4,25%, pelo CMN. Com viés de 1,5% para cima ou para baixo (espaço entre 3,75% e 5,75%). Os mercados financeiros consideram adequados os referidos espaços, atual e futuro, sinalizando que a inflação deverá ser perseguida com mais rigor, ou, pelo menos, manter o ritmo atual.

Daí, em suma, os problemas detectados para que o País não retome o crescimento econômico sustentável se deve ao lado produtivo, que está aguardando que se retornem ou não a ter confiança nos poderes constituídos, para fazer a gestão segura e determinada da atividade econômica. Isto é, o novo governo deverá restaurar os princípios da economia, não bastando só cumprir o sistema de meta de inflação e manter o câmbio flutuante, com intervenções regulatórias do BC, mas promover o ajuste fiscal, iniciado desde 2015, inacabado por incompetência, além de reformas estruturais de há muito desejadas pelos mercados.

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