07/06/2018 - ATLAS DA VIOLÊNCIA
Agora em junho de 2018 foi apresentado o levantamento anual
do Mapa da Violência no Brasil, baseado em estatísticas de 2016. Trabalho
minucioso do IPEA. No Brasil foram 62.517 homicídios naquele ano, conforme
dados do Ministério da Saúde. A média nacional foi de 30,3 mortes para cada 100
mil habitantes, média 30 vezes a taxa da Europa. Pela primeira vez ocorre essa
média brasileira. A leitura disto é que
parece que, quanto mais desenvolvido, mais civilizado, os habitantes de um país
mata mais o seu semelhante. Mas, 30 vezes é uma distância muito grande. O índice
de mortes provocado por armas de fogo no Brasil permanece o mesmo de 2003. Ou
seja, 71% dos casos de homicídios. Em termos relativos, de 2006 e 2016, os dez que
se tornaram mais violentos foram em ordem crescente: (1) Sergipe, pulou de 29,2
para 64,7 homicídios por 10 mil habitantes; (2) Alagoas, de 53,1 para 54,2; (3)
Rio Grande do Norte, de 14,9 para 53,4; (4) Pará, de 29,2 para 50,8; (5) Amapá,
de 32,8 para 48,7; (6) Pernambuco, de 5,6 para 47,3; (7) Bahia, de 23,7 para
46,9; (8) Goiás, de 26,3 para 45,3; (9) Ceará, de 21,8 para 40,6; (10) Ceará,
de 21,8 para 4,6. Média brasileira, de
26,6 para 30,3. Respectivamente, de 2006 para 2016. Por seu turno, a taxa média
de homicídios de jovens, pessoas de 15 a 29 anos, mais do dobrou a média
nacional, passando para 65,5 por 10 mil habitantes. O aumento dos homicídios
segue as desigualdades regionais brasileiras, agudizando suas contradições. Nos
Estados em que o progresso é maior, a citada taxa de homicídios caiu de mais de
40 para 10 homicídios por 10 mil habitantes, no período de 11 anos, enquanto
nos Estados do Norte e do Nordeste, conforme elenco acima subiram.
Existem muitas questões do referido Atlas, acerca de que os
negros são aqueles que recebem as maiores violências e esta tem sido crescente;
de que o número de estupros tem se elevado e de deficiências de segurança.
Os fatos mostram que Estados que adotaram um órgão de
inteligência ou reforçaram a sua atuação, tal como São Paulo e Pernambuco,
houve significativas melhoras na redução da violência. Por outro lado, a
violência tem crescido no Norte e no Nordeste porque foram exportadas
organizações criminosas do Sudeste, seja por expulsão com as Polícias
Pacificadoras, seja pela busca de dominar novos territórios.
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