21/12/2014 - CARGA TRIBUTÁRIA EXPANDIDA
A Receita Federal divulgou o seu
cálculo dos tributos cobrados por União, Estados e Municípios, os quais
consumiram R$1,742 trilhão da renda dos brasileiros, correspondentes a 35,95%
do PIB. Em relação ao ano anterior, a carga tributária atingiu 35,86%. Na
verdade, não houve alteração na malha de contribuições. Os tributos continuam
os mesmos. Mas, o governo federal pode alterar alíquotas. Na verdade, em regime
democrático, quando a Constituição de 1946 foi promulgada, a carga tributária
era de 16% do PIB. Em regime autoritário, nova reforma tributária foi
decretada, em 1967. O peso dos tributos era de 25% do PIB.
No Brasil, Há décadas, a expansão
contínua das despesas públicas não permitem que se faça nenhuma reforma
tributária. Além do mais, a dívida pública exige que se exerça o seu serviço.
Isto é, sejam pagos pelo menos parte dos juros e sendo roladas parcelas de
principal e parcelas remanescentes de juros. A carga tributária é comparável à
de países ricos da Europa, tais como Alemanha e Reino Unido. No entanto, a
contrapartida do poder público brasileiro em serviços é insuficiente. Vale
dizer que o Brasil tributa como país de primeiro mundo e devolve em serviços
como país de terceiro mundo.
Em face do exposto, quase 36% do
dinheiro fica em mãos do poder público. Isto é muito, porque reduz a quantidade
dinheiro que se constitui em poupança da sociedade. Sendo baixa esta, o
investimento é baixo e o crescimento da economia é decepcionante. Calcula-se
que a poupança de nacionais é de 14% do PIB. Capta-se mais 3% do aplicador
internacional, sendo o investimento bruto de 17% do PIB. Ora, como a
depreciação do estoque de capital é por volta de 10%, somente 7% vão para
inversões reprodutivas. Como para cada 3% de investimento bruto se tem 1% de
crescimento do PIB, o produto potencial se restringe para 2,33%. Portanto, não
há segredo, para o PIB crescer, tem-se que poupar mais, investir mais.
Segundo a Receita Federal existem
16,14% do PIB em programas de transferências de renda, tais como abonos,
aposentadorias, Bolsa Família, dentre outros, no total de R$782,1 bilhões.
Portanto, a carga tributária líquida é de 19,81%. Mesmo assim, quase 20%
líquido de despesas do governo é valor alto, encarecendo mercadorias e
serviços, prejudicando as exportações e os investimentos. Referido percentual
líquido é bastante superior a de muitos países do primeiro mundo.
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