12/12/2014 - DESEMPREGO EM SALTOS




Três dos primeiros desdobramentos desagradáveis para o governo federal, relativos às investigações de curso, desde março deste ano, da operação Lava-Jato, aconteceram de ontem para hoje. O deputado do PT, que era vice-presidente da Câmara, André Vargas, não obstante a grande resistência corporativa dentro da Instituição, foi cassado por 8 anos, depois de ficarem comprovadas suas ligações com o doleiro Alberto Youssef, delator da referida operação. Em Charqueada, Rio Grande do Sul, onde estão obras da Petrobras, envolvida no escândalo, a empreiteira IESA Óleo e Gás, denunciada também no desvario, anunciou demissões de 1.000 empregados, devido ao não pagamento de verbas contratuais. Igualmente, integrantes do Consórcio Estaleiro Paraguaçu, Bahia, anunciou demissões de 1.000 empregados, tendo dispensado 470 imediatamente, pelo mesmo motivo da IESA. Enquanto isto, a Petrobras já tem vários escritórios de advocacia nos Estados Unidos, querendo processá-la, por informes falsos à bolsa de Nova York, constantes dos seus balanços obrigatórios. As ações da Petrobras continuam despencando nas bolsas, onde são negociadas, assim como cai o preço do petróleo. Duas notícias muito ruins para a estatal e para o País. O caldo está engrossando, visto que também a Força Sindical está convocando aqueles que aplicaram o FGTS no Fundo de Ações da Petrobras, para acionarem também a estatal.

Informações não oficiais, visto que as investigações de políticos ainda estão em sigilo, dão conta de que mais 50 congressistas já foram objeto de investigação, pelas denúncias da delação premiada do ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás, Paulo Roberto Costa, bem como aquelas do doleiro Alberto, ambos fazendo delações premiadas. Aguardam-se denúncias do Ministério Público Federal ao Supremo Tribunal Federal, em ação penal maior do que a do “mensalão”.  A empreiteira IESA tornará a público ainda o que está ocorrendo. Mas, quanto ao Estaleiro do Rio Paraguaçu, as informações estão se clareando, conforme abaixo.

O consórcio em referência é representado pela empresa Sete Brasil, cujo ex-diretor de Operações era Pedro Barusco (deixou recentemente), também ex-gerente da Petrobras, que declarou que iria devolver US$100 milhões depositados em suas contas no exterior, de propinas recebidas na operação Lava-Jato. Até agora é a maior promessa de devolução de dinheiro do exterior. O empreendimento está baseado às margens do Rio Paraguaçu, na Bahia, fazendo parte de contrato com a Petrobras de 29 sondas para exploração de petróleo na camada do pré-sal, cujos investimentos totais previstos atingem US$25 bilhões. No citado estaleiro já existiram 8.000 funcionários. Hoje existem 2.000 empregados, mediante a notícia de que 1.000 seriam demitidos até o final do mês, os trabalhadores do estaleiro entraram em greve. Ainda ontem o Ministério Público Federal denunciou 36 envolvidos na operação Lava-Jato. Como se diz, vulgarmente, “a chapa está esquentando”. Isto é, das denúncias à apuração dos fatos, até o julgamento.

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