03/12/2014 - DESEQUILÍBRIOS NA ECONOMIA
Os dois principais indicadores
econômicos, o PIB e a inflação estão em direção oposta. A economia cresceu 7,5%
em 2010. Entretanto, caiu para 2,7%, 1%, 2,5%, 0,2% (estimado), de 2011 a 2014.
Em seguida, o combate inflacionário. A meta da inflação desde pelo menos 2010 é
de 4,5%. Esta tem flutuado acima da meta, muito mais próxima do teto, mediante
viés de alta de 2%. Em 2010, era de 5,91%. Contudo, subiu para 6,5%, recuou
para 5,84%, aumentou para 5,91% e subiu para 6,59% (12 meses até outubro).
Portanto, acima do referido teto. A teoria econômica tem comprovado que, se a
inflação é baixa, o PIB se mantém alto.
O mesmo acontece com o superávit
fiscal e a dívida pública. Em 2010, a poupança feita pelo governo foi de 2,7%
do PIB, subindo para 3,1%, em 2011. Porém, caiu este superávit para 2,4%, 1,9%,
0,6% (previsto até setembro), de 2011 para 2014. Já a dívida bruta do governo,
que era 53% do PIB em 2010, alterou-se, no período em referência, para 54%,
59%, 57% e 62% (até setembro). Repete-se nas relações do setor de comércio com
o industrial. No período em tela, enquanto às vendas a varejo cresceram 19%, a
indústria caiu 5%, variação de 2010 a 2014 (até setembro). Repete-se também no balanço
de transações correntes, que é o resultado da balança comercial (exportações
menos importações) mais o balanço de serviços, que era menor do que 1% do PIB,
em 2010, já alcança 4% do PIB (12 meses até outubro de 2014). Ou seja, trata-se
do resultado das operações de bens e serviços com o exterior, secularmente
negativo na história brasileira, devido às deficiências dos serviços
brasileiros em relação aos externos e ao fato de que os juros da dívida externa
são contabilizados em serviços. Era negativo de - US$47 bilhões em 2010,
ampliando-se para - US$52 bilhões, - US$54 bilhões, - US$81 bilhões e – US$54
bilhões, de 2011 para 2014 (12 meses até outubro).
Por outro lado, o governo segurou
os preços dos combustíveis, com o fito de combater a elevação inflacionária,
porém, os custos de tais subsídios ficaram pesados para os cofres públicos
(redução de tributos e CIDE zero) e reduziu a capacidade de investimentos da
Petrobras. O mesmo ocorreu no sistema elétrico.
Os desequilíbrios estão
acontecendo porque, em primeiro lugar, não foram realizadas as reformas
econômicas, principalmente a tributária, enquanto cresce a carga tributária
nacional. Assim, a confiança empresarial tem se reduzido. Consequentemente, por
vários anos tem sido baixo o investimento. Em segundo, as famílias já elevaram
o seu consumo e endividamento em patamares de pouco ou quase nenhum
crescimento. Em terceiro, o descontrole dos gastos públicos os tem levado a
crescer em muitos anos mais do que o PIB.
Não sem motivo o governo federal
colocou na direção econômica do seu segundo mandato, Joaquim Levy, especialista
em gastos públicos, também conhecido como “mãos de tesoura”. Quem sabe assim, a
economia volte a crescer bem. Porém, analistas financeiros consultados
semanalmente pelo Banco Central somente acreditam nisso daqui a mais de um ano,
visto que para 2015 estão estimado para crescer menos do que 1%. Já 2016 e 2017
para além de 2%. Melhor do que isso só se for realizadas as referidas reformas.
Assim, novas previsões virão.
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