06/12/2014 - OBRAS PÚBLICAS SUSPEITAS
Ao rejeitar o pedido de prisão
preventiva de Gerson Almada, vice-presidente da empreiteira Engevix, que está
preso na Polícia Federal de Curitiba, Paraná, junto com 12 pessoas, o juiz
federal Sérgio Moro, que é responsável pelos inquéritos, investigados da
operação Lava-Jato, divulgou ontem que as irregularidades das obras públicas
cujos conhecimentos se têm hoje já ultrapassam as investigações sobre a
Petrobras. Dessa forma, pela relação encontrada com o doleiro Albert Youssef
podem ser identificadas 750 delas, objetos de negociações de pelo menos as nove
empreiteiras delatadas. Recentemente, em agosto, o presidente do Tribunal de
Contas da União (TCU), ministro Augusto Nardes, em encontro com prefeitos, no
recanto turístico de Guarajuba, Camaçari, Bahia, revelou que existem no País
1450 obras em andamento, duas paralisadas e 160 sem projeto básico. Ou seja,
1512 cadastradas no TCU. As 750, portanto, correspondem a cerca de 50%, devendo
ser grandes obras públicas com muito dinheiro envolvido. A essa altura os R$10
bilhões estimados para o início da operação Lava-Jato, em março deste ano,
deverá ser ultrapassado.
O parecer de Sérgio Moro é de que
as fraudes em licitações “vão muito além” da Petrobras. Está escrito que
“Youssef tinha um interesse especial nos contratos dessas empresas, onde de
alguma forma atuava na intermediação. Um grupo criminoso, voltado a fraudar
licitações, lavar dinheiro público e traficar influências em contratos da
administração pública com grandes empresas... É perturbadora a apreensão dessa
tabela nas mãos de Youssef”.
Há também projetos
internacionais, no Uruguai, Colômbia, Cuba, Argentina e outras grandes empresas
privadas envolvidas, nos arquivos do citado doleiro.
Enfim, as investigações da
Polícia Federal fortalecem a hipótese de um grande número de envolvidos em
processos de obras, voltado para fraudá-las e usar dinheiro público. As
investigações continuam. Por aí vai se vendo o que é o chamado “custo Brasil”.
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