04/12/2014 - PRIMEIRO COMBATE
Antes do término do primeiro
mandato, na reunião de outubro, o Banco Central (BC) elevou a taxa básica de
juros da economia, a SELIC, em 0,25%, para 11,25%, depois de estabilizá-la em
quatro reuniões consecutivas em 11% (por 180 dias), tornando a fazê-la ontem em
0,5%, para 11,75%. Está parecendo que a presidente Dilma, depois de errar quase
quatro anos, ao interferir na política econômica, colhendo baixas taxas do PIB,
média anual de 1,6%, assim como inflação próxima do teto da meta (6,5%),
relativamente alta, resolveu combater ortodoxamente a inflação, conforme Lula
fez em seus dois mandatos. O processo inflacionário teria de ter sido o seu
primeiro combate. Porém, os seus equívocos em não fazê-lo deterioram as contas
públicas, obrigando-a a reconhecer que tem fazer a taxa de inflação baixar, paulatinamente,
não 5% como fez em 2013, em torno de um ano, erradamente, para o PIB crescer
melhor, elevações da SELIC que levará pelo menos mais dois anos de baixo
crescimento do PIB. Claro, não basta só recuperar a credibilidade na política
monetária, terão de vir também às reformas econômicas. Aí, então, do primeiro
combate, o governo federal poderá fazer o bom combate do bom crescimento.
Aliás, a presidente Dilma, que na
campanha política criticou a oposição que apregoava uma política econômica de
juros altos, para, primeiro combater a inflação, fez exatamente isto. A
expectativa dos mercados é de novas altas em 2015, tendo o BC sinalizado que o
atual ciclo de aperto monetário tende a ser curto. As projeções dos mercados são
de outra alta de 0,5%, na reunião do Comitê de Política Monetária (COPOM),
marcada para 21 de janeiro. Em seu comunicado, afirmou: “O COPOM decidiu, por
unanimidade, intensificar, neste momento, o ajuste da taxa SELIC. O esforço
adicional de política econômica tende a ser implementado com parcimônia,
considerando os efeitos cumulativos e defasados da política monetária”.
O presidente da Federação das
Indústrias do Estado de São Paulo, Paulo Skaf, assim se referiu: “Ao utilizar
apenas a taxa de juros como instrumento de controle da inflação, o governo erra
e derrubará ainda mais a atividade econômica, que já se encontra anêmica. O
governo gasta muito e gasta mal. A nova equipe econômica deve ter como
prioridade o controle dos gastos correntes”. Ao contrário do que afirmou o
indicado futuro Ministro da Fazenda, Joaquim Levy, acreditado como o homem que
irá comandar reduções nos gastos públicos e a redução da dívida, o Tesouro
emprestou ontem mais R$30 bilhões ao BNDES. De 2008 para cá, o Tesouro Nacional
já emprestou R$410,8 bilhões. Portanto, deu o governo federal “uma no cravo e
outra na ferradura”, mostrando o quanto será difícil reverter o papel da
presidente Dilma, em continuar sendo o verdadeiro Ministro da Fazenda. Se
continuar assim, serão oito anos de taxa de incremento do PIB por volta de
1,6%, verdadeiro atraso histórico e o segundo pior desempenho econômico
republicano, somente perdendo para Floriano Peixoto, presidente dos primeiros
anos da Velha República.
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