11/12/2014 - BNDES - CABE MELHOR AVALIAÇÃO
Criado como Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE), em
1953, na fase mais nacionalista do presidente Getúlio Vargas, época em que
foram criadas ou organizadas na forma de corporações as maiores estatais
brasileiras, na área de petróleo, energia elétrica, telefones, dentre outras.
Tornou-se um banco 100% estatal. Até 1987 fazia jus ao nome nacional, visto que
só financiava empresas brasileiras ou financiava as mesmas, pela FINAME, cuja
compra de máquinas e equipamentos teriam de ter 60% componentes feitos no
Brasil. O presidente José Sarney resolveu mudar seu nome, naquela época, para
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), sendo redundante,
como se desenvolvimento econômico não fosse também social, o que é, abrindo
também a instituição para financiar Estados, municípios, empresas estrangeiras
e, hoje em dia, no período de doze anos do PT, até outros países. Infelizmente,
neste último caso, os financiamentos são nebulosos, isto é, secretos. O banco
federal sempre teve linhas de crédito subsidiadas. Nas últimas décadas definiu
a Taxa Básica de Juros de Longo Prazo (TJLP), hoje em 5% ao ano. A questão é:
como ter-se um banco que recebe recursos do Tesouro Nacional, captados hoje
principalmente pela SELIC, em 11,75%, mais custos administrativos, repassar os
recursos a 5% ao ano? Quando o faz de forma direta é assim. Isto é feito aos
grandes grupos nacionais. Quer dizer, o BNDES financia basicamente grandes corporações.
Nos últimos anos, elegendo parceiros preferenciais, gerando ciúmes de grande
parte de capitalistas não contemplados. Quando faz pelos repasses aos bancos,
de uma maneira em geral, estes podem cobrar o “del credere”, comissão
negociada, em média, entre 2% a 3%, em cima da TJLP.
Não se tem uma avaliação precisa do citado órgão. O governo federal
tem pelo menos a Controladoria Geral da União (CGU) ou o Tribunal de Contas da
União (TCU), para fazer avaliação dele. Mas, ainda não fez. A revista Veja,
desta semana, traz em sua coluna “Números”, na p. 50, ipsis literis, o que se
segue, abrindo com números: “0,76 centavos de prejuízo tem o Tesouro Nacional
para cada real quer repassa ao BNDES, de acordo com estudo da pesquisadora do
IBMEC, que analisou os investimentos feitos pelo banco público de 2000 a 2011.
0,4% de crescimento extra no PIB foi o impacto dos empréstimos do BNDES nos
municípios que receberam investimentos do banco. 0 (zero) foi a influência dos
desembolsos do banco estatal no emprego e na renda dessas cidades, durante o
período analisado, segundo o estudo. 190 bilhões de reais emprestou o BNDES no
ano passado, um recorde, quatro vezes mais do que em 2001, em valores já corrigidos
pela inflação.”
Mesmo com tal dimensão, o BNDES não conseguiu muito e a taxa de
crescimento do PIB esperada para este ano está por volta de 0,2%. Mesmo assim,
o governo federal aprovou aporte de R$30 bilhões para o BNDES em 2015, ainda
que com o referido custo social. Vale a pena continuar com tal política
econômica?
Comentários
Postar um comentário