15/12/2014 - PREVISÃO DE INFLAÇÃO RÉCORDE
A teoria é de que maior inflação,
menor crescimento econômico. E vice-versa. Se a expectativa para este ano foi
de PIB subindo praticamente zero, no ano que vem não será muito diferente. A
própria previsão do relator do orçamento, ainda a ser votado, geralmente
otimista, é de crescimento de 0,8% em 2015. Dificilmente se vê um segundo
mandato começar com previsões tão ruins. A operação Lava-Jato, em fase de
denúncias em cima de denúncias, enfraquece o País. As ações da Petrobras vêm
caindo por longo tempo. Seu valor já é menor do que tinha em janeiro de 2005.
No último pregão, dia 12 passado, caiu mais de 6%. Isto ocorreu porque mais uma
vez a Petrobras adiou a divulgação do seu balanço do 3º trimestre, não
informando nova data de divulgação, inicialmente prevista para um mês atrás,
14/11. Some-se à citada operação o risco de apagão no sistema elétrico, a piora
do segmento sucroalcooleiro, mediante queda dos preços do petróleo, a volta das
manifestações de ruas já anunciadas e até mesmo um cenário de processo de
impedimento da presidente. Mas, de todas as previsões mais comuns são as de que
a nova equipe econômica estreie com índice oficial de inflação (IPCA) de 1% ou
mais em janeiro, fato que somente aconteceu quando o ex-presidente Lula começou
o seu primeiro mandato, em março de 2003.
Mesmo com cenário de inflação
alta, Lula reverteu à situação e colocou dinâmica na economia, para conseguir
taxa média anual de 4% nos seus oito anos, sendo os seus dois primeiros anos de
baixo crescimento. A nova equipe econômica deverá ter liberdade, senão, o
desempenho continuará sendo medíocre, como tem sido no primeiro mandato da
presidente Dilma. Logo, no início de 2015, haverá a repercussão dos aumentos do
preço do dólar na inflação. Conforme é sabido, este tem 30% de influência no
IPCA. Esperam-se também reajustes nas contas de energia elétrica e nos dos
combustíveis. Já para dezembro, o mercado financeiro projeta inflação de 0,8%,
o que fecharia o ano em 6,4%. Mas, se em janeiro, chegar-se a 1,05% de taxa
inflacionária, o acumulado em 12 meses será de 6,9%. Portanto, a taxa básica de
juros será acionada para cima, para que o governo consiga ter a inflação que
não ultrapasse o teto de 6,5% (meta de 4,5% mais viés de alta de 2%), bem como
a expectativa atual é de que o crescimento econômico de 2015 estará por volta
de zero.
Rumores dão conta de que o
ex-presidente Lula vai intervir no governo de olho em 2018. Resta saber se ele
vai conseguir, visto que a presidente continua fechada, não atendendo aos seus
ministros, tal como aconteceu agora, quando da despedida por escrito do
ministro da CGU, Jorge Hagge, que não teve aceitado pedido de audiência para
despedir-se. Consta que os ministros dela não fazem “nada” (não cumprem o
orçamento das pastas) com receio de receberem broncas. É reconhecido o grau de
centralismo administrativo da presidente. Assim, a máquina pública anda pouco,
quase parando, conforme se observa pelos números divulgados.
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