22/06/203 - SINCRONIA MUNDIAL


Em mais de quatro anos o dólar não atingia valor tão alto. Isto é, desde a recessão mundial, iniciada em 2008, quando o Brasil a ingressou no seu segundo semestre, prosseguindo por mais um semestre em 2009, cravando o ano de 2009, em número negativo de crescimento do PIB, de – 0,3%, o que não ocorria por cerca de uma década, o dólar alcançou R$2,85, recuando, em aproximadamente R$1,00, quando a economia voltou a crescer bem em 2010. Por quase três anos o dólar ficou por volta de R$2,00. Mas, em menos de duas semanas já chegou perto de R$2,30. A propalada recuperação da economia americana, aliada as declarações do presidente do Banco Central dos Estados Unidos de que não seria injetado mais dinheiro no globo, fazendo aportes americanos, valorizou mundialmente o dólar e aqui não foi diferente.

A economia brasileira tem obtido resultados negativos até maio, na sua balança comercial de cerca de US$5 bilhões. Além disso, a balança de serviços tem sido deficitária de forma crescente, o que obrigou o Brasil a retirar os 6% de IOF sobre capitais que quisessem ingressar no País por menos de um ano, ao tempo em que a taxa básica de juros (SELIC) já subiu duas vezes, nas duas últimas reuniões do Comitê de Política Monetária.

No geral, as mudanças acima acontecem com as observações dos brasileiros de que a inflação já está há bastante tempo em alta, sem sinais de que recuará em curto prazo, bem como já no terceiro ano de mandato, a economia brasileira está crescendo de forma medíocre. Em resumo, os indicadores econômicos mais percebidos demonstram pioras, em relação ao governo anterior e com tendências de piorar ainda mais.

Os resultados começaram a aparecer, no início deste mês. O Instituto Datafolha, que geralmente ouve 2.000 pessoas, divulgou resultado de queda brusca de 8% do governo Dilma. Na semana seguinte, a Confederação Nacional da Indústria (CNI), consultando 2.002 pessoas, apresentou recuo substancial da avaliação do referido governo. A terceira grande pesquisa divulgada dois dias atrás, consultando 2.000 eleitores, em 142 municípios, antes da onda de protestos, entre os dias 8 e 11 de junho, realizada pelo IBOPE, 55% dos entrevistados consideraram o governo da presidente como bom ou ótimo, caindo oito pontos em relação à pesquisa anterior, registrando também a queda da expectativa positiva do brasileiro em relação ao restante da gestão da petista. Logo, em seguida, estão sucedendo manifestações populares, sem serem organizadas por partidos políticos, mas por redes sociais, por todo o País, em mais de 100 municípios, congregando mais de um milhão de manifestantes, que, começaram contra as tarifas elevadas dos transportes públicos, assumindo também bandeiras contra a corrupção, gastos públicos em arenas de futebol, em detrimento da saúde ou educação, como exemplos, as quais compreendem um leque bem maior, de imprevisível desfecho, visto que estão acontecendo de forma forte. A repercussão mundial está ocorrendo, na expectativa de que sejam reformadas as instituições brasileiras, principalmente aquelas no campo econômico. Aqui dentro, grande número de prefeituras, inclusive, das grandes capitais, voltaram atrás no aumento das tarifas dos transportes. Aguardam-se outras sensíveis mudanças, tais como as reformas política, tributária e o reforço do investimento global, para que o País alcance maiores taxas de crescimento econômico.

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