01/06/2013 - ENFRETANDO A INFLAÇÃO


Parece que agora o governo federal deixará o Banco Central (BC) dirigir suas ações contra a inflação, visto que, a contragosto da presidente Dilma, que tinha mandado reduzir em 5%, durante o ano, a taxa SELIC, que é a taxa básica de juros, que alcançou o seu menor número da história, de 7,5% ao ano, fato que não agradou os defensores da ortodoxia. Foi muito elevada a dose, em tão curto espaço de tempo. Dessa maneira, o BC reagiu, já aumentou duas vezes a taxa básica de juros, de 0,25%, na reunião do mês de abril, assim como 0,5%, na reunião do dia 29 passado. Parece também que a presidente vai se render ao incremento das parcerias público-privadas, para desafogar a infraestrutura brasileira, tal como foi o empenho para aprovar a Lei da Abertura dos Portos. A presidente vinha centralizando as decisões econômicas, em desacordo com a lógica ortodoxa. Com isso, afugentou os investimentos e vem obtendo taxas baixíssimas de elevação do PIB. Diferente do presidente Lula, que foi ortodoxo, não interferiu na gestão do BC, onde este dava as cartas, tendo a inflação alcançado o menor patamar da sua história, de 3,1% ao ano, em 2005, quando o crescimento econômico foi maior do que 5%.
A mudança de atitudes decorre de um quadro que tendia a piorar, após a divulgação do IBGE, do – 0,6 de retração do PIB no primeiro trimestre. O consumo das famílias, mesmo com crédito farto e subsídios, caiu fortemente. A indústria encolheu, visto que as áreas de mineração e de petróleo despencaram. O setor de serviços cresceu pouco. O investimento subiu. Porém, a taxa de investimento como proporção do PIB, foi a mais baixa para um primeiro trimestre, desde 2009, estando em 18,4%. A taxa de poupança é a menor desde 2003, ficando em 14,1%. A agricultura teve excelente desempenho no período em referência. No fim daquele trimestre a inflação estava em 6,59% ao ano.
A maior das incertezas econômicas é a inflação, visto que, em alta, ou em patamar elevado, ela reduz o consumo e cria instabilidade no comportamento empresarial. Face ao exposto, mesmo que certos segmentos empresariais não gostem da elevação dos juros básicos da economia, não há outra forma ortodoxa de combater a inflação, em um País que não realiza planejamento econômico de longo prazo.

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