18/06/2013 - PRESSÃO E REPRESSÃO



Os limites de suportar os erros, as contradições, as prioridades discutíveis do governo da presidente Dilma, em contraste com uma população que vê a farra dos gastos públicos, a cada dia mais uma, como exemplos mais recentes a elevação das diárias em 100%, para que funcionários públicos acompanhem a Copa das Confederações ou o pagamento de auxílio alimentação, retroativo a 2004, a milhares de juízes, pelo Brasil afora, enquanto o País precisa de investimentos em infraestrutura, em contradição com uma elevação de 7% do gasto público, de janeiro a abril de 2013, ao tempo em que foram elevadas as tarifas de transportes públicos. Primeiro, a população reagiu, mostrando a redução de 8% na popularidade do governo Dilma. Segundo, há uma semana estão nas ruas, protestando nas capitais, agora, não somente da elevação da tarifa de ônibus, mas da violência, do aumento da inflação, além de insatisfações difusas, tais como a da liberação da maconha, da descriminalização do aborto. Um questionamento recorrente é o gasto público excessivo nas arenas de futebol, enquanto faltam investimentos para a infraestrutura, saúde, saneamento e educação.
O próprio estilo presidencial mostrou divergências políticas e administrativas, demonstrada pelo comportamento nada amigável da presidente, ao ponto de grandes dificuldades para aprovar projetos, tal como foi a Lei dos Portos. Ademais, a antecipação da campanha eleitoral, fazendo concessões àqueles políticos afastados por ela própria dos ministérios. Ou, o que é pior, prestigiando os condenados no processo do mensalão, posando junto com eles, em afronta ao que a mais alta Corte do País condenou. Em Brasília, os índios invadem a FUNAI, exigindo demarcação de terras. No mercado financeiro, a Bolsa de Valores vê seus papéis derreterem, enquanto o dólar disparou, implicando em pressões inflacionárias. Na esfera real, a produção não reage bem e é esperado um PIB medíocre pelo terceiro ano consecutivo.
Nas ruas, manifestantes depredam ônibus, exigindo a redução de tarifas. Falta ação da polícia, para reprimir o crime, mas sobra força para repreender a população de forma arbitrária, em truculência somente observada na época da ditadura militar. O quadro atual é imprevisível. Tem que resolver logo a situação da economia, fazendo as reformas estruturais, visto que o modelo em que vem insistindo está esgotado.

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