08/06/2013 - PIORA DAS CONTAS


A ameaça de rebaixamento da nota brasileira de BBB (muito boa), já que o caminho a ser trilhado para cima seria BBA, BAA, AAA, a excelência almejada e já conseguida por muitos países avançados, feita pela agência de risco Standard & Poor’s, bem como para 11 instituições financeiras brasileiras, decorre da comparação da trajetória em que vinha o governo do ex-presidente Lula, em relação à involução do governo da presidente Dilma. A comparação de, por exemplo, nove indicadores macroeconômicos abaixo, mostra a piora dos resultados.

1. PIB em 12 meses. Em 2010, inteiro, 7,5%; em 2013, até o primeiro trimestre, 1,2%.

2. Inflação em 12 meses. Em 2010, 5,9%; em 2013, até o primeiro trimestre, 6,5%.

3. Saldo da balança comercial externa. Em 2010, US$20 bilhões. Em 2013, US$7,7 bilhões.

4. Produção industrial. Em 2010, incremento de 10,5%. Em 2013, - 1,1%.

5. Taxa de poupança. Em 2010, 16,4%. Em 2013, 14,1%.

6. Investimento bruto. Em 2010, 19,2% do PIB. Em 2013, 18,4% do PIB.

7. Dívida bruta. Em 2010, 53,3% do PIB. Em 2013, até o primeiro trimestre, 59,1% do PIB.

8. Endividamento das famílias. Em 2010, 39,16% da renda da família. Em 2013, 44% dela.

9. Déficit em conta corrente. Em 2010, 2,28% do PIB. Em 2013, 3% do PIB.

10. Superávit primário. Em 2010, estava acima de 3% do PIB. Hoje está por volta de 2%.

Os dados acima foram obtidos da coluna da Miriam Leitão (ela só colocou os nove primeiros), intitulada de “Piora Estrutural”, usando dados do IBGE, Banco Central, Ministério da Indústria e do Comércio.

Em resumo, o governo da presidente Dilma está destruindo o tripé montado por FHC, melhorado por Lula. Isto é, de metas da inflação, de câmbio flutuante e de superávit primário para pagar os juros da dívida. Está é uma visão ortodoxa. No caminho que a presidente Dilma está trilhando é o de uma visão heterodoxa, que, em tese, para ser exitosa precisa de planejamento de longo prazo, o que não ainda existe de fato. Isto é, a presidente Dilma tem se servido da maior presença do Estado, intervindo, no primeiro tripé, na taxa de juros básica da economia (SELIC). Ora, pode até não assumir isto. Porém, em um ano a taxa SELIC foi rebaixada 5% e a economia não reativou. Pelo contrário, desmoronou, por que os empresários ficaram receosos de intervenção tão forte na área produtiva, via estatização, conforme foram dados alguns sinais de criação de estatais. No segundo tripé, o câmbio continua flutuante, mediante intervenção do Banco Central. No terceiro tripé, existe uma maquiagem das contas públicas, para esconder o real superávit primário, mediante uso dos dividendos futuros dos bancos estatais (Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal) e da Petrobras, nesta, via desculpas das inovações ou benefícios futuros da camada pré-sal.

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