15/06/2013 - GASTOS TURBINADOS
A demanda agregada da economia é
composta do consumo agregado, que é o consumo das famílias (C). Porém, há
também o consumo do governo, que são os chamados gastos correntes, isto é,
pagamentos ao funcionalismo, manutenção dos prédios públicos, enfim, gastos dos
ministérios, dos poderes públicos. Em suma, gastos do governo (G). Mais os
investimentos Globais (I). Estes três itens são a demanda doméstica. Ao incluir
as exportações (X), tem-se a demanda agregada. Do outro lado da equação
macroeconômica, tem-se a oferta agregada, composta pelo PIB, que é a oferta
doméstica, mais as importações (M). Ou seja, os fazedores de política econômica
trabalham assim, com a equação geral: PIB + M = C + G+ I + X. Entretanto, o
comum é trabalhar com a equação balanceada: PIB = C + I + G + X – M.
Nos países de elevado crescimento
econômico, a exemplo da China, na Ásia, o crescimento de três décadas chegou
perto de 10% anuais, a variável mais incrementada é o investimento global (I).
Na América Latina, um exemplo de país que realizou as reformas estruturais
recentes é o Peru, quando foram disparados os investimentos, crescendo por
alguns anos seguidos, por volta de 6% anuais. No Brasil, após a estabilização
da economia em 1994, mediante o Plano Real, a ênfase do crescimento tem sido no
consumo global. Com os dois mandatos de FHC, o consumo se elevou mais do que o
crescimento do PIB e lhe acompanhou os gastos do governo, mas os investimentos
pouco cresceram, bem como a balança comercial (X – M) não lhe foi favorável.
Alcançando ele a média de oito anos de PIB de 2,3%. Com os dois mandatos de
Lula, a situação foi parecida, visto que desde 1994, o tripé da economia é o
mesmo (superávit primário, câmbio flutuante, meta de inflação), o consumo
cresceu mais, assim como os gastos do governo, do que no período de FHC,
logrando Lula obter nos seus oito anos, a taxa média do PIB de 4%, isto sendo
turbinado pela balança comercial (X – M), em face à grande demanda externa de
matérias primas, principalmente da China. A presidente Dilma pegou o modelo
esgotado, de base principalmente no consumo agregado e gastos do governo
crescendo mais do que o PIB. A taxa de investimentos globais, desde 1994, pouco
variou em torno de 18% do PIB, mas a balança comercial (X – M) se deteriorou bastante.
Dessa forma, seu governo tem tido crescimento medíocre, a uma taxa por volta de
1,5%, considerando 2,7% em 2011, 0,9% em 2012. Ora, o Brasil tem que acordar
para os investimentos, o que é o motor de maior incremento da economia. Pouco tem
sido feito nesse sentido, como exemplos, tem-se a MP dos Portos e as prometidas
aberturas para as parcerias público-privada. No entanto, persiste no erro o
governo federal, em continuar com o modelo no incremento do consumo e do gasto
público, ambos maiores do que o incremento do PIB, principalmente em despesas
assistencialistas. Assim, continua a tendência histórica de elevação dos gastos
do governo, cujo crescimento de janeiro a abril foi de 7%. Dessa maneira, a
persistir no modelo superado, o crescimento do PIB continuará rastejante.
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