20/03/2012 - PROJEÇÃO DO COMÉRCIO PARA O PIB


O governo federal acredita que neste ano o PIB crescerá 4%. Isto porque o segundo mergulho da crise continua forte na Europa e os Estados Unidos se recuperam lentamente. A própria China já admite que possa crescer menos, por volta de 7%, neste ano. Parece incoerente acreditar que o consumo das famílias poderá crescer 13,5% em 2012, conforme exposto no artigo escrito ontem, numa perspectiva do Ibope Inteligência. De acordo com tal projeção, em 2012, o consumo nacional alcançará R$1,3 trilhão, valor equivalente aos PIBs da Argentina e da Suécia. Na verdade, o Brasil já é o quarto maior mercado mundial de automóveis, o terceiro de cosméticos e cervejas, liderando a produção de gravatas e de achocolatados. A classe média é responsável por 80% do consumo familiar. Tem trocado carro modelo 1,0 por mais potentes, o frango por carne mais nobre, o óleo de soja pelo azeite. O perfil do consumo está em direção da qualidade. Sem dúvida que a geração de empregos de forma elevada, a redução de desigualdade e crescimento sustentado, ainda que menor do que 4% anuais (por volta de 3,5%) estão mostrando a mudança do perfil. Por seu turno, o que é necessário também para embalar o PIB é o aumento do nível de investimento, ainda inferior a 20% (em torno de 18%). Não há mágica, com tal nível de investimento, o produto potencial brasileiro é por volta de 3%.

Em entrevista a revista Isto é, desta semana, o ex-diretor do Banco Central, atual economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio, Carlos Thadeu de Freitas Gomes, afirmou que o endividamento das famílias se elevou muito, mas ainda não é motivo de preocupação, visto que a oferta de empregos é forte e as bases da dívida familiar eram muito baixas. Contrariando o que o Ibope Inteligência revela em pesquisa, declarou: “O comércio iniciou o ano de forma tímida. Mas o setor é proativo e acompanhará o crescimento da economia no segundo semestre. Acho que o País crescerá de 3% a 3,5% este ano. Com base no mercado interno, certamente crescerá mais do que no ano passado. Vão contribuir para isso a redução dos juros e os incentivos do governo à indústria”.

Não existe mágica em economia. Os governos do PT têm contado com ma maré para cima. Porém, não alcançará mais do que 3,5% de crescimento médio, consoante é o seu histórico, sem fazer um planejamento de longo prazo. É preciso investir mais. Isto, sem dúvida, passa por cortar gastos públicos e tornar mais eficiente a máquina governamental.

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