16/03/2012 - MESMA RESPOSTA DA RECENTE ENRASCADA


Nesta semana o Ministro da Fazenda, Guido Mantega foi ao Congresso dar explicações do desempenho tão baixo do PIB em 2011, de 2,7% e reiterar sua confiança de que neste ano ele crescerá 4%. Para isso declarou que o governo não descarta de tomar uma série de medidas de política monetária combinadas com política cambial e fiscal. Quanto à política monetária, o Banco Central reduziu a taxa básica de juros para 9,75%, um dia depois divulgado pelo IBGE o referido 2,7% de crescimento da economia. No Congresso se referiu ao fato de que a SELIC irá se aproximar da taxa de juros de longo prazo (TJLP), praticada pelo BNDES, de 6%. Isso surpreendeu os mercados, visto que, desde que o PT assumiu o poder, em 2003, dizia-se que o Banco Central era “independente”. Quanto à política cambial, o Banco Central continuaria comprando dólar para que este não se desvalorizasse. Contudo, isso foi debalde, precisando o governo usar a política fiscal. A alíquota do IOF ingresso de dólares até 3 anos pagaria 6% de IOF. Não foi suficiente, tendo o governo elevado para 5 anos. No momento, o dólar ficou contido. Ademais, referido ministério está acenando com a dilatação do prazo dos incentivos fiscais existentes para a indústria e estuda fazer desoneração da folha de pagamento delas. Sem contar que pretende reforçar o caixa do BNDES e da Caixa Econômica Federal para financiar investimentos produtivos.

A resposta ensaiada é a mesma de 2009, quando o PIB recuou – 0,3%, passando a crescer 7,5% em 2010. Porém, com isso a inflação chegou a 7% anualizada. O governo elevou cinco vezes a taxa de juros, obtendo o fraco crescimento aludido de 2011. Medidas como essas podem trazer de novo a inflação mais elevada. Em conclusão, o crescimento da economia não poderá ser alto, acima de 5% como o PT alardeava. Tampouco, o governo não quer permitir baixo, mas toma as medidas tópicas que realizou em 2009.

A corrente de economistas estruturalistas vê as deficiências pela ausência de um plano econômico de longo prazo, bem como pela falta de reformas estruturais. A corrente de economistas neoliberais enxerga que é preciso aumentar a produtividade brasileira, visto ser tão baixa em relação aos países desenvolvidos. Eles também vêm o insuportável tamanho do Estado como origem da ineficiência econômica, além defenderem reformas que reduzam custos das empresas, tal como é a reforma trabalhista. Os economistas que estão no poder continuam praticando a política econômica de curto prazo, baseado na tríade do sistema de metas de inflação, superávit fiscal primário e real valorizado, além de, em longo prazo, fazerem conchavos para se manter no poder, afinal tem 80% dos congressistas como aliados, partidarizando a máquina pública e as estatais.

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