18/03/2012 - PRODUTO POR TRABALHADOR
A Agência O Globo, do Rio de Janeiro, fornece informações para os seus noticiários e para uma rede de jornais. Hoje publica pesquisa realizada pela americana The Conference Board com 17 países latino-americanos acerca de produto por trabalhador, estando o Brasil em 15ª posição. O indicador usado é a divisão do Produto Interno Bruto por pessoal ocupado. Erroneamente chamado pela citada Agência de produtividade do trabalhador, em sua página na internet, os cálculos dos valores encontrados. Para citar alguns países, o trabalhador argentino teria um produto de US$37,589.00; o chileno, US$34,864.00; o mexicano, US$35,579.00; o venezuelano, US$31,054.00; o peruano, US$24,054.00; o colombiano, US$23,208.00; o brasileiro, 19,764.00. De 2010 para 2011, referida pesquisadora afirma que houve um incremento de 1,4% no produto por trabalhador brasileiro, abaixo da América latina, de 2,1% e aquém do médio mundial, de 2,5%. Agora, quando se trata de variação relativa de um ano para outro, o percentual é que o conceito de produtividade.
O cálculo para o BRIC, onde o Brasil ainda tem o maior indicador referido. Mas, perde longe por produtividade, para a China, que cresceu 9%. Para a Índia, o crescimento foi de 5,1%. Para a Rússia, de 4,4%. O professor da Fundação Getúlio Vargas, Marco Túlio Zanini, citado na reportagem, afirma que: “Esse indicador é a síntese da baixa qualificação do trabalhador brasileiro, dos gargalos estruturais e do baixo investimento. Também está refletido nesses números o modelo econômico do País, calcado na produção de commodities. Não investimos em produto de maior valor agregado. Nessas condições, não há como crescer 4%, 4,5%, de forma sustentada”.
Considerando o produto do trabalhador americano de US$105 mil, o do brasileiro é de cerca de 20% do daquele país. Já quanto ao da Alemanha, de US$78 mil, o do brasileiro se situa em 25% daquele país. Zanini continua seu comentário: “Ao contrário de países como a China, nosso crescimento recai para serviços de baixo valor. A China se voltou também para tecnologia da informação, que requer grandes investimentos em formação. Para se ter uma idéia, a qualidade dos serviços brasileiros é ruim. Pedir uma simples pizza pode mostrar como essa qualidade é péssima. E isso também tem a ver com produtividade”.
Em resumo, a expansão da economia brasileira está restrita pela produtividade baixa, investimento insuficiente, ausência de mão de obra qualificada e infra-estrutura deficiente.
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