01/02/2012 - PRODUTO POTENCIAL


O Brasil adotou o sistema de metas da inflação, em 1999, depois de ver o sistema em referência exitoso em mais de dez países do mundo a partir de 1992. O pressuposto desse modelo é que a economia se organiza e tem como resultado final o PIB. Porém, se referido produto crescer via financiamento forçado, mediante poupança forçada, que também é o nome de inflação, visto que a inflação é reconhecida como maior quantidade de moeda do que o produto gerado, referida inflação será muito elevada, isto é, acima de dois dígitos, o que desorganiza o sistema econômico. Portanto, existe um PIB potencial que não desorganiza o modelo. Dessa forma, as autoridades monetárias passaram a ver na expansão do crescimento do meio circulante, dados os depósitos compulsórios, o principal objetivo da política econômica. Isto é, existe um produto potencial que ocorre normalmente sem que haja grande inflação. Claro, que também existe um modelo econométrico para determinar a taxa de crescimento do produto potencial. Referida taxa do PIB foi considerada como 3 há cinco anos atrás e hoje é considerada como 4. Além desse percentual a inflação se elevará substancialmente, segundo eles. Porém, o País cresceu menos de 3% em 2011 e a inflação esteve na parte superior da meta de inflação com viés de alta. Portanto, há algo além dessa teoria que amarra o incremento do PIB. A ortodoxia do citado sistema mostra a incapacidade de o País obter melhor desempenho como é desejado.

Sem dúvida, que sem abandonar o regime de metas inflacionárias seria possível um planejamento nacional que acrescente mais capacidade de poupança e investimento na economia nacional. Porém, este governo reluta em incentivá-lo. Ademais, não realiza as reformas tão necessárias na educação, saúde, tributação, burocracia, dentre outras. Preocupado com o seu fluxo de caixa agora irá empreender a reforma previdenciária. Na verdade, az União realiza um trabalho de austeridade nos investimentos, mas tem mão aberta nos gastos de custeio, o que está evidentemente errado.

Segundo o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, em depoimento ao Congresso, de que existem três trimestres que o Brasil cresce abaixo do seu potencial. Não disse as razões. Contudo, seus colegas de equipe econômica culpam a crise internacional. Mas, ele acredita que este ano o PIB terá maior crescimento do que o do ano passado, conforme levantamentos estatísticos que faz o Banco Central. Ora, mas o Brasil continua crescendo à metade do que os emergentes do seu grupo BRIC. Falta uma teoria mais consistente do que essa do produto potencial. Para países como a China, o PIB cresce porque o investimento público multiplica inversões em diversas áreas, acelerado pelo investimento privado.

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