05/03/2012 - SANEAMENTO NO PAC 2
Durante os anos de 1980 e de 1990 a área de saneamento passou por emagrecimento e desmobilização das equipes técnicas. Somente a partir de 2007, mediante criação do Programa de Aceleração do Crescimento (2007/2010), no governo do presidente Lula, o saneamento básico foi objeto de novas estimativas de investimentos, mas pouco foi realizado. O Programa de Aceleração do Crescimento do governo Dilma, chamado de PAC 2 (2011/2014), previu um desembolso de R$35 bilhões. No entanto, somente foram contratados R$13 bilhões. Segundo o governo federal faltam engenheiros capacitados nas prefeituras e em empresas estatais, para fazer os projetos executivos, sendo que a maior parte das referidas estatais vivem dando prejuízos e é imenso o desperdício, principalmente da água tratada. Do volume da referida água 37% não chegam ao consumidor. Perdem-se entre a estação de tratamento até as casas das pessoas. Ademais, grande parte das receitas se perde em vazamentos. Isto é, grande parte do trabalho de separar o lodo, para adicionar cloro e flúor na água dos mananciais acaba indo pelo ralo. Isso acontece porque as tubulações são antigas, que passaram muito tempo sem manutenção. Por exemplo, em Recife, os testes da nova estação de tratamento do Pirapama, construída para acabar com o racionamento naquela cidade, provocaram o estouro de canos em vários pontos do município.
No geral, o problema maior da área é a má gestão. Estimativas do próprio governo indicam que 20% dos R$420 bilhões de investimentos previstos para os próximos vinte anos, cerca de R$86 bilhões serão gastos em programas de melhoria da eficiência e capacitação técnica de profissionais. Por exemplo, a estação de tratamento de Esgoto da Alegria, no Rio de Janeiro é uma das maiores do País. Tem capacidade para limpar 5 mil litros por segundo, mas hoje opera com apenas 40% da capacidade. Quando foi construída, em 2001, faltaram as ligações de rede que permitiram que o esgoto chegasse até lá.
A maioria das empresas estaduais, 15 delas gastam mais do que arrecadam. O Sistema de Informações sobre Saneamento informa que as operadoras de água e esgoto tiveram prejuízo de R$3 bilhões em 2009. Todavia, o problema não é somente de má gestão. É também de manutenção e sustentabilidade das instalações que também ficam ociosas.
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